UHD desviou 15 mil dias de internamento dos Hospitais do Médio Tejo
Fotografia: ULS Médio Tejo
Desde o arranque da Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), que registou uma taxa de ocupação média de 94 por cento nos últimos cinco anos, foram desviados 15 763 dias de internamento dos três hospitais da ULS Médio Tejo para este modelo alternativo de internamento hospitalar.
A Hospitalização Domiciliária arrancou há cinco anos na região do Médio Tejo e nesse período 804 utentes receberam cuidados de saúde de “grande qualidade”, idênticos àqueles que usufruiriam se submetidos a internamento numa enfermaria num dos três hospitais da ULS Médio Tejo, mas estando, ao invés, no conforto do seu lar, refere a ULS Médio Tejo em comunicado enviado à redação.
No balanço de quinto aniversário, regista-se que a equipa de profissionais da Unidade de Hospitalização Domiciliaria percorreu 325 588 quilómetros para prestar assistência aos doentes internados nas suas residências.
Médicos, enfermeiros, assistentes sociais percorrem estradas e concelhos com medicação, meios de diagnóstico e elementos do ficha e processo clínico dos doentes. Trazem consigo resultados de análises, medem parâmetros vitais, ouvem queixas, falam com o cuidador, ajustam medicação se necessário e deixam conselhos até à próxima visita. Trazem as “baixas” e no fim de tudo as “altas”.
Esta equipa é constituída por um médico assistente hospitalar da especialidade de Medicina Interna, em horário de enfermaria, e quatro enfermeiros em horário completo. Integram ainda a equipa médica da UHD sete médicos internistas que garantem uma escala de prevenção durante os sete dias da semana, uma vez que é garantida tanto a cobertura médica como a de enfermagem sete dias por semana e 365 dias por ano.
Atualmente, a ULS Médio Tejo tem seis camas de internamento domiciliário às quais a equipa da UHD do Médio Tejo leva cuidados de saúde “porta a porta”. As camas que estão nas casas dos utentes são “convertidas” em cama de internamento hospitalar, desde que cumpridos determinados requisitos.
Os critérios clínicos são decisivos para a possibilidade de internamento em casa, mas não são os únicos. A Hospitalização Domiciliária pressupõe uma intervenção multidisciplinar e integrada, pelo que são, também, avaliados critérios sociais da pessoa doente a admitir no modelo de Hospitalização Domiciliária, nomeadamente a existência de uma rede de apoio, “pois é essencial a figura de um cuidador informal para a admissão neste modelo, que garante o apoio e comunicação permanente com os profissionais de saúde, comunicando de imediato alguma alteração do estado de saúde do doente”, explica a ULS Médio Tejo.
Em 2023, foram admitidos a internamento domiciliário um total de 178 doentes, que envolveram 2 107 visitas de profissionais de saúde para a prestação de cuidados de saúde, com um tempo médio de 26 minutos por visita.
A UHD registou um aumento das referenciações de doentes dos distintos serviços e especialidades hospitalares, durante o ano passado, nomeadamente das especialidades de Cardiologia, Pneumologia, Nefrologia, Serviço de Medicina Intensiva e Cuidados Paliativos.
“Com o desafio da reforma administrativa e criação das ULS já a perfilar-se, iniciou-se ainda em 2023, a cooperação com os cuidados de saúde primários, tendo sido internados em regime de hospitalização domiciliária, doentes a pedido profissionais de medicina geral e familiar”, lê-se no comunicado.
Também durante o ano passado a Hospitalização domiciliária expandiu-se para a Comunidade, através da realização de protocolos e parcerias entre a ULS Médio Tejo e entidades locais do terceiro setor, para o estabelecimento de canais de comunicação e sinalização direta de doentes.
Em 2023, foram assinados três protocolos – com a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, com a Santa Casa da Misericórdia de Mação e com o Lar da ACATIM, nas Mouriscas, estando projetado o alargamento destes protocolos de cooperação a outras estruturas de apoio a idosos em 2024.
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