Neurorradiologista português quer apostar em técnica minimamente invasiva para tratamento de hérnias

Técnica está a ser usada há cinco anos na Europa e consiste num tratamento percutâneo do disco por mistura de ozono.

Pedro Nunnes, neurorradiologista do Hospital da Lapa, tem tentado divulgar o método, ainda pouco conhecido e utilizado em Portugal.

De acordo com o especialista, o tratamento com mistura de ozono difere da cirurgia convencional em vários pontos. A intervenção é feita com anestesia local, e através do controlo de imagem num aparelho de TAC, a agulha é introduzida até ao centro do disco a tratar. Como o paciente está acordado, pode referir quando o nervo é atingido, tornando a intervenção mais rápida. Na cirurgia convencional é necessário chegar ao osso, extrair parte dele e extrair também parte do disco. Pedro Nunnes alerta que, com a cirurgia tradicional, "a questão da hérnia pode ficar resolvida durante alguns anos" mas "o facto de se ter criado um desequilíbrio entre o osso e o disco acelera o processo de artrose próprio da idade. Esta técnica é vantajosa também por dispensar a extração quer do osso, quer do disco. O ozono “faz com que o disco encolha e volte ao seu sítio inicial. O disco reduz, pode não voltar na sua totalidade mas também fica mais amolecido, reduzindo a pressão sobre o nervo atingido. Para além disso, o ozono tem um efeito anti-inflamatório local muito potente, sobre o nervo lesado”, explica o clínico.

A recuperação também é mais rápida com este método, sendo que após quatro ou cinco dias de descanso o paciente está apto a voltar à vida normal, não sendo necessário fisioterapia. Tratando-se de um procedimento anti-sético, não há registo de nenhum tipo de problema infeccioso.

Em cinco por cento dos casos, o disco pode não responder ao tratamento.

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