Prevenção da Doença do Legionário na Clínica Universidad de Navarra
Em 1973, um grupo de 189 turistas ingleses esteve num hotel em Benidorm, Alicante (Espanha) durante 10 dias. A sete dias do regresso, um turista morreu de pneumonia antes de aterrar no aeroporto de Glasgow e outros dois turistas morreram também de pneumonia nos dias seguintes. Durante a investigação epidemiológica foram entrevistados 252 turistas que também tinham estado no hotel e 34 por cento apresentara sintomas respiratórios, mas não foi possível isolar o agente responsável.
Em julho de 1976, numa convenção da legião americana, em Filadélfia, houve um surto que resultou na contaminação de 221 pessoas com pneumonia, sendo que 34 morreram. A investigação dos CDC conduziu ao isolamento da bactéria responsável pela doença, a Legionella neumophilla.
Em 1977, o CDC demonstrou, com estudos serológicos, que o surto de Benidorm se devera à Legionella.
A Doença do legionário é uma pneumonia produzida pela Legionella spp. Trata-se de uma bactéria intracelular aeróbia que causa doenças adquiridas na comunidade e também nosocomiais. A Legionella transmite-se através da inalação de aerossóis provenientes essencialmente da água. Na ausência de água a bactéria pode sobreviver como parasita intracelular de protozoários. Na água cresce com mais facilidade numa temperatura entre os 25 e os 42 ºC, em situações de estancamento ou que facilitem a sedimentação. Como parasita de protozoários pode resistir a alterações de pH e de temperatura e a situações de escassez de nutrientes.
Francisco Guillén-Grima
Medicina Preventina, Clínica Universidad de Navarra, Plampona, Espanha.
Departamento de Ciências da Saúde, Universidad Pública de Navarra.
Sara Guillén-Aguinaga
Departamento de Ciências da Saúde, Universidad Pública de Navarra, Plampona, Espanha.
Cuidados primários, Serviço Navarro de Saúde, Navarra.
Artigo publicado na edição nº88 da TH
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