Implantes com microgel: uma forma de combater a infeção

A cirurgia de substituição articular é um procedimento frequente, mas as infeções associadas também. Para combater este problema, uma equipa do Stevens Institute of Technology, liderada por Matthew Libera, desenvolveu uma espécie de “superfície defensiva” para estes implantes, que consiste numa camada libertadora de micro doses de antibióticos, sempre que há aproximação de bactérias.

O trabalho, publicado na revista Biomaterials e destacado pela Medica Magazine, consiste na aplicação de um revestimento composto por grãos de microgel, sendo cada um deles 100 vezes inferior ao diâmetro de um cabelo humano, e capazes de absorver antibióticos. O comportamento do microgel é regulado por descargas elétricas. A atividade elétrica produz-se mediante a aproximação do microrganismo, e provoca a libertação de antibióticos, evitando que a infeção se instale.

O microgel poderia ser aplicado a válvulas cardíacas, suturas cirúrgicas e implantes na anca, uma área com muito potencial. Também em hospitais de campanha a utilidade deste microgel é evidente (uma área que interessa particularmente ao Exército dos Estados Unidos, que ajudou a financiar esta investigação).

As infeções pós-cirúrgicas são particularmente difíceis de combater devido á formação de biofilmes. O potencial desta solução reside na sua capacidade disruptiva deste ciclo. Por outro lado, e ao contrário de tratamentos convencionais, que obrigam a que todo o corpo fique sob o efeito dos antibióticos, esta é uma abordagem localizada, assente na libertação de pequenas quantidades de antibiótico para matar bactérias individualmente. O microgel consegue inclusivamente eliminar bactérias dormentes e é resistente ao etanol.

Até agora, o método foi testado in vitro, e a equipa ainda está a trabalhar na afinação do microgel, de modo a capacitá-lo para libertar uma gama mais vasta de antibióticos do que a utilizada até agora.

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