Desenvolvida solução injetável inteligente para auxiliar na regeneração de tecidos

Fotografia: Universidade de Coimbra

A investigadora do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade, do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Patrícia Alves, está a desenvolver uma solução injetável inteligente para auxiliar na regeneração de tecidos.

Os processos de cicatrização da maioria das doenças e traumas são muito complexos e compreendem uma série de etapas como angiogénese (termo usado para descrever o mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes), inflamação e remodelação de tecido.

“Do ponto de vista clínico, o uso de apenas um fator para tratar vários estados patológicos e doenças é insuficiente. Portanto, a necessidade de um biomaterial que possa controlar a libertação de diferentes fármacos ao longo do tempo é clara, sendo esse o foco do projeto ‘SmartLipoGel’”, começou por explicar Patrícia Alves, citada em comunicado enviado à redação.

A investigadora referiu que a capacidade de um sistema controlar a liberação diferencial de múltiplos fármacos ao longo do tempo acompanharia o mecanismo espácio-temporal natural dos processos biológicos.

Além disso, continuou a responsável pelo projeto, “a capacidade de controlar a libertação em tempo real, pode permitir que a dose necessária seja administrada em cada tempo. Os hidrogéis e lipossomas inteligentes abrangem uma ampla gama de aplicações biomédicas como engenharia de tecidos, libertação de fármacos, cicatrização de feridas e bio impressão 3D”.

Assim, a preocupação deste projeto é o desenvolvimento de hidrogéis injetáveis à base de polissacarídeos contendo lipossomas responsivos ao calor (LipoGel) para auxiliar na regeneração de tecidos, revelou Patrícia Alves.

A investigadora do DEQ contou que, este sistema permitirá libertar passivamente um agente terapêutico incorporado no gel, que pode ser, por exemplo, anti-inflamatório ou antibiótico, e induzir a libertação de um segundo agente terapêutico encapsulado nos lipossomas responsivos a estímulos, como o aumento de temperatura. O facto de ser injetável localmente pode facilitar o processo, uma vez que permite um procedimento muito menos invasivo.

“Acredito que esta investigação irá conduzir a novos biomateriais para regeneração de tecidos com melhor desempenho, controlo específico e menos efeitos secundários em comparação com os existentes”, concluiu.

O projeto “SmartLipoGel” é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no valor de 50 mil euros, tem a duração de 18 meses e conta com a colaboração de Benilde Costa, investigadora do Centro de Física da Universidade de Coimbra, Alexandrina Mendes, investigadora no Centro de Biomedicina e Biotecnologia Inovadoras, e José Ventura, consultor da empresa Artur Salgado, SA.

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