Redes de água potável em edifícios hospitalares. Descontaminação e controle de corrosão

A Legionella é um género de bactéria capaz de sobreviver num amplo intervalo de temperatura, encontrando entre os 35°C e os 37°C a sua temperatura de crescimento ideal. Pode sobreviver e multiplicar-se entre 20°C e 45°C, pelo que pode desenvolver perfeitamente as suas atividades biológicas em ambientes húmidos próximos do dos seres humanos. A partir de 70°C, a sua atividade é seriamente afetada, considerando-se destruída.

O conhecimento é poder. O Biofilme

Os microrganismos constituem mais de 50% da biomassa terrestre; quando o primeiro ser humano surgiu, já teriam ocorrido inúmeros ciclos de mutações que aperfeiçoavam uma quantidade infinita, à nossa escala, de seres vivos de dimensões impossíveis de assimilar. Entre as muitas propriedades e tipos de atividade dos microrganismos que podemos chegar s conhecer, encontramos a capacidade de adaptação. Microrganismos geralmente "cooperam" entre si criando matrizes onde células de diferentes tipos interagem e geram agregados e estruturas biologicamente ativas, totalmente funcionais tanto a nível metabólico como protetor: o biofilme.

O biofilme deve ser entendido como o meio mais eficaz para os microrganismos sobreviverem na maioria dos ambientes, associando-se para se desenvolverem através de interações multicomunitárias sinérgicas complexas, através das quais, pela sua elevada capacidade de adaptação ao ambiente, determinarão as suas características, dinamicamente.

Por esta razão, o biofilme, onde as bactérias Legionella estão alojadas, é o principal inimigo numa instalação sanitária. Para saber como evitar a formação de um biofilme ou como tratar uma superfície já colonizada, é essencial conhecer seus princípios básicos.

Fatores de proliferação do biofilme

Corrosão em tubagens metálicas

Sejam de aço galvanizado, cobre ou aço inoxidável, os tubos de metal acabam por sofrer corrosão. Embora seu nome indique o contrário, o aço inoxidável pode corroer. As razões que causam a corrosão deste tipo de tubo são bem conhecidas:

  • Corrosão intergranular: o tratamento inadequado do metal pode produzir retículas com alta concentração de carbono (ocorre nos contornos do grão nos processos de soldadura), o que promove a corrosão intergranular, são superfícies que permitem a oxidação do metal e reduzem sua vida útil.
  • Corrosão galvânica: ocorre quando dois metais diferentes estão em contato direto (como nas juntas roscadas com válvulas de latão e tubos de aço galvanizado); aumenta em ambientes húmidos ou submersos. Num meio corrosivo, agrava-se exponencialmente.
  • Arejamento diferencial: uma partícula semi-incrustada na superfície pode ser suficiente para remover a camada protetora de óxido de crómio. A corrosão pode continuar após a remoção da partícula.
  • Corrosão por picadas: ss cloretos ácidos, como o cloreto de ferro (III) e o cloreto de sódio, são alguns dos compostos mais suscetíveis a promover esse tipo de corrosão. Acontece em instalações de AQS nas quais, por questões sanitárias, é injetado cloro num meio com temperaturas próximas dos 60°C.
  • Corrosão por fadiga: quase todos os metais e ligas podem falhar ao nível microscópico. Novamente, as soluções de cloreto são um dos meios mais prejudiciais.
  • Corrosão induzida pela atividade microbiológica (MIC) ou Biocorrosão: graças a várias evidências, começou-se a afirmar que muitos dos casos que os processos termodinâmicos não explicam, podem ser causados por biofilmes. Atualmente, é objeto de múltiplas investigações, em diversas frentes.        

Degradação de tubagens de polímeros

As tubagens de polímeros são imunes à corrosão. :

  • Temperatura: para aumentar a capacidade termomecânica do material, adicionam-se estabilizadores que aumentam a resistência do polímero à temperatura.
  • Pressão: à medida que aumenta, causa fadiga nos tubos e componentes da instalação de forma contínua.

Compostos presentes: como o oxigénio dissolvido e os produtos desinfetantes (cujas concentrações devem respeitar a legislação vigente) são os principais agentes de degradação dos materiais numa instalação sanitária. (...)

Artigo publicado na edição nº 94

Josep Maria Ferrer Bruach, Estudante PhD Italsan

Laura Sánchez Ruiz, Diretora Técnica Italsan

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