Europa aposta no combate às doenças evitáveis

Já em 2017, no discurso sobre o estado da União, Jean-Claude Juncker havia apelado à adoção de medidas para aumentar a cobertura vacinal e garantir o acesso de todos os cidadãos às vacinas, que salvam entre 1 e 3 milhões de vidas por ano em todo o mundo.

Agora, a Comissão lança um conjunto de recomendações sobre a forma como a União Europeia pode reforçar a cooperação em matéria de luta contra as doenças que podem ser evitadas através das vacinas. São três os pilares de ação europeus:

  1. combate à hesitação em vacinar e melhoramento da cobertura vacinal;
  2. aposta em políticas de vacinação sustentáveis na UE;
  3. coordenação e contribuição da UE para a saúde mundial.

Estes pilares de ação desenrolam-se, por sua vez, em ações concretas, entre as quais:

  • Desenvolver e implementar planos de vacinação a nível nacional e/ou regional até 2020, incluindo uma meta mínima de cobertura da vacinação contra o sarampo de 95 %;
  • Introduzir controlos de rotina do estatuto vacinal e oportunidades regulares de vacinação em diferentes fases da vida, por exemplo nas escolas e nos locais de trabalho;
  • Apresentar opções para um cartão de vacinação comum que pode ser partilhado por via eletrónica além-fronteiras;
  • Criar um portal europeu de informações sobre a vacinação até 2019, para fornecer elementos de prova objetivos, transparentes e atualizados sobre os benefícios e a segurança das vacinas;
  • Atenuar os riscos de escassez, desenvolvendo um repositório de dados virtual da UE com informações sobre as reservas existentes e as necessidades em termos de vacinas, a fim de facilitar o intercâmbio voluntário de informações sobre as existências disponíveis e as faltas de vacinas essenciais;
  • Dotar todos os profissionais de saúde da formação necessária para proceder com confiança à vacinação e lidar com comportamentos de hesitação;
  • Convocar uma coligação para a vacinação para reunir as associações europeias de profissionais de saúde, bem como associações de estudantes relevantes neste domínio, com vista a prestar informações exatas ao público, combater os mitos e partilhar boas práticas;
  • Estabelecer um sistema europeu de partilha de informações para recolher conhecimentos e desenvolver orientações para um programa central de vacinação na UE até 2020, com doses e idades que os Estados-Membros da UE concordem que são comuns a todos os países;
  • Reforçar as parcerias e a colaboração em matéria de vacinação com os parceiros internacionais.

Estas recomendações surgem numa altura em que os casos de sarampo continuam a aumentar na Europa (o norte de Portugal viveu um surto recentemente, com mais de 80 infetados, embora a maioria estivesse vacinada).

Ainda assim, um relatório relativo a 2017 sobre sarampo e rubéola mostra um aumento do número de casos da primeira doença na Europa. A União Europeia viveu um ressurgimento do sarampo, com 37 mortes e diversos surtos. Já quanto à rubéola, em 2017 registaram-se na União Europeia 696 casos, ao passo que em 2016 se tinham registado 1264 e em 2015 2161.

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