Salas Híbridas Cirúrgicas – A perspetiva de um engenheiro hospitalar

Fotografia: Finalização da montagem do Artis Pheno (Setembro 2021)

A designação de Salas Híbridas no Bloco Operatório é relativamente recente. No entanto, é um conceito que existe já há alguns anos e consiste, essencialmente, em integrar numa Sala Cirúrgica um equipamento avançado de Imagiologia. Talvez o exemplo mais antigo de uma sala híbrida seja uma sala de angiografia.

A evolução da qualidade de imagem, da rapidez de aquisição e a integração com sistemas de navegação (isto é, sistemas que permitam localizar com precisão determinadas patologias, possibilitando guiar o cirurgião através de estruturas complexas do corpo humano, sem as destruir, até ao local da lesão a tratar) tem permitido um aumento muito significativo da eficácia do tratamento cirúrgico com uma redução muito grande de complicações adversas. A aquisição de imagens antes e no decorrer do procedimento cirúrgico permite a verificação e decisão de eventual complemento de atuação, aumentando ainda mais a eficácia da intervenção.

Neste artigo, pretende-se referir alguns aspetos práticos, mas relevantes, do planeamento, do projeto e da construção deste tipo de salas, tendo por base a experiência no Hospital da Luz Lisboa.

O espaço

As salas têm de ser amplas e têm de permitir a movimentação fácil e segura dos doentes e de todos os equipamentos acessórios.

No Hospital da Luz, após avaliação do ponto de vista clínico do tipo de imagens que se considera importantes serem adquiridas, foi decidido construir-se um conjunto de três salas, interligadas entre si através de um “buffer”, permitindo a aquisição de imagens de RM (Ressonância Magnética) e RX DynaTC (braço robótico com arco em C - Artis Pheno). O “buffer” permite a circulação do doente entre a Sala do BO, a RM ou o TC.

Este conjunto de três salas e o “buffer” ocupa um espaço significativo (cerca de 350m2). Como acima referido, as salas são amplas, para permitir a movimentação em segurança do doente na marquesa cirúrgica entre salas, acompanhado da equipa e de todos os equipamentos e acessórios necessários.

A localização

A localização dentro do Bloco Operatório deste conjunto de salas foi determinada essencialmente por três condicionantes:

  1. Facilidade de acesso para instalação da RM (claramente o equipamento de imagem mais difícil de transportar e instalar), sendo necessário o acesso a uma zona exterior;
  2. O “buffer” não poder estar em zona de passagem – tem de ser uma zona resguardada, e encarada como uma “4ª sala” deste conjunto;
  3. Facilidade de acesso às salas de imagem a partir do corredor de acamados, fora do Bloco Operatório. (...)

Autor: Valdemiro Líbano Monteiro, Engenheiro Eletrotécnico - Telecomunicações e Eletrónica, desde 2006 na Luz Saúde (anteriormente Espírito Santo Saúde). É membro da Comissão de Engenharia da Luz Saúde e Diretor da DIME (Direção de Infraestruturas, Manutenção e Equipamentos) do Hospital da Luz - Lisboa

Leia o artigo completo na TecnoHospital 129, maio/junho de 2025

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