Lançado programa para alavancar a telessaúde

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde deram a conhecer esta semana o Plano Estratégico Nacional para a Telessáude (PENTS), criado com o objetivo de definir uma estratégia para alavancar a telessaúde enquanto meio válido de gestão da saúde e seus serviços, tirando partido das Tecnologias de Informação e comunicação.
A telessaúde terá de ser usada para potenciar o desenvolvimento do setor da saúde em Portugal, quer ao nível dos ganhos em saúde e qualidade de vida, quer ao nível operacional.
A colocação deste plano em marcha envolve peritos e stakeholders institucionais e documentação relevante. Haverá eixos estratégicos e medidas concretas, e até um roadmap para a operacionalização do plano.
Desde logo, foram identificados desafios no ecossistema da Telessaúde, através de questionários e entrevistas, como apostar na literacia digital dos intervenientes do SNS, estabelecer incentivos transversais à telessaúde, monitorizar e mensurar resultados, desenhar uma estratégia global, aproximar os cuidados de saúde da população ou valorizar a segurança e a privacidade na tecnologia. Os desafios foram posteriormente agrupados em blocos, juntamente com ações que podem ser desenvolvidas para os ultrapassar (por exemplo, para responder ao desafio da regulamentação propõe-se simplificar o processo de contratualização e definir processos, normas e guidelines).
A acompanhar os desafios surgem as oportunidades de se apostar neste catalisador da transformação digital, que passam pela melhoria dos hábitos de saúde e também do acesso aos cuidados, já que a teleconsulta permite acelerar o diagnóstico.
O documento também transpõe a análise da vertente de inovação trazida pela telessaúde, tendo por base experiências internacionais, que apontam para a uniformização dos sistemas de informação, a implementação do Electronic Health Record (EHR) de modo personalizado, o trabalho técnico na segurança e privacidade da informação de saúde e a criação de eServices para os cidadãos.
Feita a análise, apresentam-se eixos estratégicos, como a redução das desigualdades no acesso à saúde, o reforço do poder do cidadão, a melhoria da gestão dos hospitais, da circulação da informação clínica e da articulação com outros níveis de cuidados ou a melhoria da qualidade dos cuidados.
Naturalmente, os eixos terão de ser traduzidos em medidas, e foram 12 as priorizadas:
- Garantir um modelo sustentável para a telessaúde;
- Tornar a telessaúde num meio para a criação de sinergias;
- Criar um Living Lab com vista à criação contínua de conhecimento;
- Simplificar o modelo de governação da atividade de telessaúde, elevando a partilha de informação;
- Garantir a segurança da informação e interoperabilidade dos sistemas de informação, desde logo identificando necessidades e requisitos ao nível das infraestruturas TIC;
- Garantir as condições operacionais para o exercício da telessaúde, identificando necessidades existentes e definindo requisitos dos sistemas de videoconferência;
- Avaliar e controlar a qualidade dos serviços de telessaúde no SNS, definindo métricas e indicadores e publicando relatórios;
- Mapear e planear as iniciativas de telessaúde;
- Desenvolver novas ofertas de telessaúde, onde se incluem novas linhas de serviço no SNS24;
- Promover e divulgar o conceito de eSaúde junto dos cidadãos e profissionais e sensibilizar para as suas mais-valias;
- Assegurar sinergias do PENTS com outras iniciativas estratégicas, por exemplo Registo de saúde Eletrónico;
- Assegurar formação, desenvolvimento e qualificação do capital humano, sinalizando necessidades e criando uma oferta regular e estruturada de formação.
Os responsáveis pelo PENTS realçam, na nota que abre o documento, que as Linhas Estratégicas de Desenvolvimento e as medidas associadas vão ajudar a criar condições para a mudança, mas apenas com o empenho de todos será possível tirar partido da ferramenta que a telessaúde representa.
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