Entrevista a Julian Perelman

  • 11 novembro 2024, segunda-feira
  • Gestão

Especialista em Economia da Saúde, Julian Perelman tem desenvolvido especial interesse pelo tema das desigualdades em saúde. Por isso, lamenta ver questões económicas sobreporem-se a questões de saúde. É crítico da suborçamentação dos hospitais, que acaba por trazer ineficiências ao modelo de gestão, e vê com preocupação a crescente atribuição de funções de gestão de cuidados ao privado.

Entrevista por Abraão Ribeiro, Durão Carvalho e Cátia Vilaça | Fotografia: D.R.

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Sou da Bélgica francófona, de Liège, portanto a minha língua materna é o francês, mas estou em Portugal desde 2004. Sou filho de pais argentinos, e emigrei para a Bélgica quando era muito pequenino, portanto também falo espanhol.

Na Bélgica tirei Economia, e tinha mais interesse na questão da economia pública, ou seja, da intervenção do Estado e políticas públicas. Fiz uma tese na área da Saúde, sobre o cancro da mama. Depois fui contratado pela Escola de Saúde Pública em Bruxelas, da Universidade Católica de Lovaina.

Trabalhei durante dois anos num projeto para o Ministério da Saúde sobre o financiamento dos hospitais, e no final fiz a minha tese sobre financiamento hospitalar. Entretanto casei com uma portuguesa que queria vir para Portugal, acompanhei-a e fui parar à Escola Nacional de Saúde Pública – entrei num projeto em 2006 e comecei a dar aulas em 2009 - mas aí larguei um pouco a questão do financiamento hospitalar e comecei a trabalhar sobre vários temas, e muito sobre a questão das desigualdades em saúde.

Entrei na área da avaliação económica, estudos de custo-efetividade, e a questão do medicamento, e depois comecei a trabalhar com o Infarmed. Neste momento, os meus dois grandes interesses continuam a ser a questão da desigualdade, a questão dos cuidados de saúde primários e mais geralmente o problema dos incentivos, e depois toda a questão do medicamento e avaliação de tecnologias.

Como acha que está a saúde pública em Portugal? Alguns autores separam as águas entre prevenir a doença e promover a saúde. Como entende este binómio?

O objetivo é promover a saúde, e a prevenção da doença é uma componente dessa promoção, que pode passar pela luta contra o tabaco, contra o consumo excessivo de álcool, os rastreios, mas promover a saúde é muito mais do que prevenir a doença, é muito mais do que as intervenções de prevenção.

Promover a saúde passa pela educação, pelos apoios sociais, pelas infraestruturas urbanas, pelas condições de trabalho...

Leia a entrevista completa na TecnoHospital nº 125, setembro/outubro de 2024, dedicada ao tema "Indicadores de gestão em engenharia da saúde"

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