CHUC colheu pela primeira vez rins de dador em paragem circulatória

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou na segunda-feira, pela primeira vez, a colheita de dois rins provenientes de um dador de órgãos em paragem circulatória.

Em comunicado, o CHUC referiu que esta foi a primeira colheita efetuada nesta tipologia de dadores de órgãos, sendo que a colheitas de órgãos em dadores em morte cerebral são uma prática corrente neste hospital.

A doação de órgãos em paragem circulatória foi iniciada em Portugal no final do ano de 2016, no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, com extensão do programa ao Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e Lisboa Central, em 2017.

“O CHUC integrou esta rede no início do ano de 2020, mas a sua implementação sofreu atrasos em consequência da pandemia de Covid-19”, esclareceu o CHUC.

A doação de órgãos em paragem circulatória é uma atividade integrada que envolve várias equipas.

“Tudo começa com as equipas da medicina pré-hospitalar, da responsabilidade do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que alertam as equipas de serviço no CHUC perante um caso potencialmente elegível. Após a admissão no Serviço de Urgência, os casos são avaliados e validados pela equipa multidisciplinar”, explicou, citado na nota, o médico intensivista e coordenador Hospitalar de Doação, Eduardo Sousa.

“Em todo o processo participam profissionais do serviço de urgência, medicina intensiva, equipa de oxigenação por membrana extracorporal (ECMO), anestesiologia, cirurgiões das equipas de colheitas de órgãos e transplantação, serviço de sangue e medicina transfusional, serviço de patologia clínica e gabinete coordenador de colheitas e transplantação”, adiantou.

Neste processo, refere a mesma nota, há fatores fundamentais na viabilização dos órgãos, como “a utilização de equipamentos de oxigenação por circulação extracorporal, habitualmente utilizados no suporte de doentes que necessitam de oxigenação por membrana extracorporal (ECMO)”.

De acordo com o centro hospitalar, o CHUC dispõe desta tecnologia há alguns anos e tem equipas para dar resposta às solicitações cujo pico se verificou durante a pandemia de Covid-19.

Eduardo Sousa sublinhou ainda que “perante a escassez de órgãos para transplante face às necessidades”, a doação deste tipo, ou seja, a doação de órgãos em paragem circulatória, pode constituir “um acréscimo de oferta e um contributo para que mais vidas possam ser salvas”.

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