Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão
- 22 setembro 2023, sexta-feira
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Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão, segundo um relatório divulgado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto da doença no mundo.
No perfil traçado pela OMS, através de dados de 2019, há 2,7 milhões de adultos entre os 30 e os 79 anos com pressão arterial elevada, sendo mais prevalecente nos homens (37 por cento) do que nas mulheres (28 por cento).
Segundo o documento, para Portugal atingir uma taxa de controlo de 50 por cento, seria preciso tratar de forma eficaz mais de 69 mil pessoas hipertensas.
Se o cenário de progresso fosse alcançado, 16 mil mortes poderiam ser evitadas até 2040, de acordo com a OMS, que calculou 32 600 óbitos provocados pela hipertensão em 2019.
No panorama internacional, o organismo das Nações Unidas refere que aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com hipertensão não são tratadas de forma adequada, alertando que, se os países conseguissem aumentar o controlo, poderiam ser evitadas 76 milhões de mortes nos próximos 27 anos.
Também seriam ser evitados 120 milhões de acidentes vasculares cerebrais, 79 milhões de ataques cardíacos e 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca entre 2023 e 2050.
A hipertensão afeta um em cada três adultos em todo o mundo, levando a acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos, insuficiências cardíacas, danos renais e outros problemas de saúde.
“A hipertensão pode ser controlada de forma eficaz com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas uma em cada cinco pessoas a controla”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado num comunicado sobre o relatório.
A idade avançada, a genética e os maus hábitos alimentares podem aumentar o risco de hipertensão, mas uma dieta mais saudável, parar de fumar e ser mais ativo pode ajudar a reduzir a pressão arterial.
“Os programas de controlo da hipertensão continuam negligenciados (...) muito subfinanciados. O reforço do controlo da hipertensão deve fazer parte do caminho de todos os países rumo à cobertura universal de saúde, sustentado em sistemas de saúde que funcionem bem, equitativos e resilientes, construídos sobre uma base de cuidados de saúde primários”, realçou.
Para o embaixador global da OMS para Doenças e Lesões Não Transmissíveis, Michael R. Bloomberg, a maioria dos ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais no mundo podem ser prevenidos com medicamentos e outras intervenções, como a redução de sal na alimentação.
“Tratar a hipertensão através de cuidados de saúde primários salvará vidas e poupará, ao mesmo tempo, milhares de milhões de dólares por ano”, acrescentou.
De acordo com o presidente da organização internacional Resolve to Save Lives, Tom Frieden, “a cada hora, mais de mil pessoas morrem de derrames e ataques cardíacos”, sendo que a “maioria das mortes é provocada por hipertensão”.
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