Universidade de Coimbra cria centro de investigação em terapia génica

Fotografia: Universidade de Coimbra

A Universidade de Coimbra vai criar um centro de investigação e inovação de terapia génica para o desenvolvimento e produção de terapêuticas para doenças graves e sem tratamento, tais como doenças raras.

O GeneT: Centro de Excelência em Terapia Génica em Portugal vai ser financiado, ao longo de seis anos, com 38 milhões de euros, provenientes de financiamentos europeus e nacionais.

Este é o primeiro centro de investigação e inovação na área da terapia génica do país que vai dedicar-se às doenças graves e sem tratamento, sobretudo doenças raras, com condições para a realização de ensaios clínicos e produção de medicamentos.

“O GeneT pretende ser um farol de excelência em investigação e desenvolvimento nesta área tão promissora, tirando partido de um ecossistema privilegiado que reúne academia, clínica e indústria”, lê-se em comunicado divulgado pela instituição de ensino.

O novo centro vai ser financiado pela Comissão Europeia, com 15 milhões de euros, no âmbito do concurso Teaming for Excellence do programa Horizonte Europa, e pelo Governo português, que vai igualar o financiamento europeu. O projeto conta também com o financiamento do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e de várias entidades do setor da indústria e saúde.

É coordenado pelo docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e coordenador do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, Luís Pereira de Almeida.

“O GeneT vai ser o primeiro centro de investigação dedicado à terapia génica em Portugal. Acreditamos que este novo polo de inovação e investigação vai revolucionar o tratamento e a progressão de doenças graves e ainda sem tratamento, uma vez que a terapia génica permite tratamentos curativos, em muitos casos após uma única administração. Estamos perante um projeto único, que vai juntar a investigação, a realização de ensaios clínicos e a produção de medicamentos, contribuindo, assim, para potenciar a resposta que a ciência portuguesa pode dar nesta área tão fundamental para o futuro do ser humano”, avançou Luís Pereira de Almeida, citado no comunicado.

A terapia génica traduz-se numa abordagem terapêutica de ponta capaz de desenvolver novas terapêuticas para diversas doenças, especialmente patologias raras, muitas vezes hereditárias, já tendo provado ter um enorme impacto na vida das pessoas, reduzindo o sofrimento e a mortalidade.

É uma área ainda com grande potencial de desenvolvimento – sobretudo no que respeita à dimensão translacional, que permite que o conhecimento científico seja aplicado na parte clínica.

“Este ambicioso novo centro de excelência vai revolucionar a investigação na área da terapia génica em Portugal, ao criar um ecossistema único que junta a investigação, a inovação, e a prática clínica. Será mais um importante passo na afirmação da Universidade de Coimbra como referência mundial da investigação e inovação, designadamente nas ciências da saúde”, destacou o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.

Nos últimos anos, a terapia génica tem vindo a revolucionar, por exemplo, o tratamento e a progressão de doenças neuromusculares ou oftalmológicas, como a Atrofia Muscular Espinhal ou a Amaurose Congénita de Leber.

Atualmente, existem cerca de sete mil doenças raras, 95 por cento das quais sem terapia eficaz, que afetam seis a dez por cento da população mundial, existindo no mercado apenas 13 produtos de terapia génica para o tratamento de doenças.

Este novo centro de excelência da Universidade de Coimbra vai colaborar com o Gene Therapy Innovation and Manufacturing Centre, da Universidade de Sheffield (Reino Unido), e com o Finish National Virus Vetor Laboratory, da Universidade da Finlândia Oriental, instituições pioneiras no desenvolvimento de terapia génica.

Vai envolver várias estruturas da Universidade de Coimbra, tais como o Centro de Neurociências e Biologia Celular, o Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, e as Faculdades de Farmácia, Medicina e Ciências e Tecnologia.

Espera-se que o GeneT venha a ter um impacto significativo na saúde pública portuguesa ao permitir o desenvolvimento de novas terapias para doenças graves e sem tratamento, e que venha a ser um exemplo do potencial da investigação científica para melhorar a vida das pessoas.

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