MBot Gasparzinho - Robô Social Multifuncional

Os anos 50-60 do século XX marcaram o início de décadas de desenvolvimento de robôs industriais, projetados para substituir operários em processos de automação, por forma a aumentar a produtividade, reduzir custos e libertar os humanos de trabalho repetitivo e/ou perigoso. O início do século XXI caracteriza-se por uma transição suave, mas determinada, para a conceção e produção de robôs de serviços, que estendem a capacidade humana em ambientes menos estruturados, tais como as nossas casas, os hospitais ou mesmo as fábricas, em processos mais difíceis de automatizar. Alguns desses robôs operam em ambientes profundamente hostis a humanos, como o fundo do mar, o interior de uma central nuclear após um desastre, um planeta distante do sistema solar, ou um cenário de busca e salvamento, por exemplo após um terramoto.

Uma característica distintiva destes robôs modernos é a presença dos humanos na sua cadeia de comando ou interagindo com eles. A complexidade de alguns dos cenários de operação leva a que, nalguns casos, esses robôs sejam teleoperados, através de dispositivos e métodos com maior ou menor sofisticação. Mas, em algumas aplicações, a teleoperação não é desejável ou mesmo possível, implicando a necessidade de autonomia dos robôs envolvidos, ainda que essa autonomia possa ser atingida através da interação mais natural com os humanos envolvidos, observando o seu comportamento, pedindo-lhes ajuda e seguindo os seus comandos, expressos por voz, gestos ou de outras formas. É o domínio da interação humano-robô, que nalgumas situações requer um comportamento do robô que deve seguir as regras sociais/profissionais dos humanos no cenário onde interagem com eles (robôs sociais), podendo o robô atuar como ajudante seguidor de ordens ou tornar-se parte da equipa de trabalho.

O Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico (ISR/IST) coordenou o projeto europeu MOnarCH (“Multi-Robot Cognitive Systems Operating in Hospitals”), no âmbito do 7º Programa Quadro da Comissão Europeia. O projeto focou a sua atenção no desenvolvimento de um sistema envolvendo um ou mais robôs móveis sociais em rede com sensores, com o objetivo de proporcionar atividades lúdicas e educativas a crianças, pessoal e visitantes da ala pediátrica do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa), tendo-se desenrolado entre 2013 e 2016, contando com mais 4 parceiros académicos europeus (provenientes da Suécia, Suiça, Holanda e Espanha) e 2 PME portuguesas, spinoffs do IST (IDMind e SelfTech).

Pedro U. Lima

Instituto de Sistemas e Robótica, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa

Artigo publicado na edição nº93 da TH

 

 

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