Recuperação da atividade hospitalar em 2022

Fotografia: ibrandify_Freepik

Por ocasião do Dia Mundial de Saúde, que se celebra no dia 7 de abril, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou uma nova edição da publicação “Estatísticas da Saúde”, principalmente com indicadores de 2022.

Em 2022, existiam em Portugal 60 396 médicos e 81 799 enfermeiros, respetivamente mais 2,8 por cento de médicos e mais 1,9 por cento de enfermeiros do que em 2021. O indicador relativo ao número de médicos por mil habitantes era mais elevado na região da Grande Lisboa (8,3 médicos por mil habitantes) e mais baixo na região Oeste e Vale do Tejo (2,5 médicos por mil habitantes), enquanto o indicador relativo ao número de enfermeiros por mil habitantes era mais elevado nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores (9,8 e 10,1 enfermeiros por mil habitantes, respetivamente) e menor na região Oeste e Vale do Tejo (4,9).

Segundo o INE, depois de a atividade hospitalar ter sido fortemente afetada pelo contexto pandémico, em 2022 continuou a verificar-se uma recuperação nos atos assistenciais prestados em contexto hospitalar. As consultas médicas, as cirurgias em bloco operatório e os atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica aumentaram para valores superiores aos registados antes da pandemia COVID-19.

A urgência foi a vertente da atividade hospitalar que teve um maior acréscimo em relação ao ano 2021, com mais 1,5 milhões de atendimentos (+23,9 por cento). A recuperação observada em 2022 permite uma aproximação ao valor anterior a 2020, ano em que os atendimentos realizados na urgência hospitalar diminuíram 30,3 por cento e atingiram o valor mais baixo desde 1999.

Os hospitais públicos ou em parceria público-privada continuaram em 2022 a ser os principais prestadores de serviços de saúde, assegurando 86,2 por cento dos atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica, 81,6 por cento dos atendimentos em urgência, 74,6 por cento dos internamentos e 71,5 por cento das cirurgias em bloco operatório. Os hospitais do setor público também asseguraram a maioria das consultas médicas, mas esta é a componente de atividade em que os hospitais privados conseguiram atingir um peso mais expressivo, representando 38,0 por cento do total.

A proporção da população com limitações na realização de atividades habituais devido a problemas de saúde, que constitui uma aproximação reconhecida internacionalmente ao conceito de incapacidade, continuou a diminuir em 2023, tendo registado um valor de 33,4 por cento, inferior em 0,6 pontos percentuais ao resultado de 34,0 por cento em 2022.

O indicador “Anos de vida saudável”, que conjuga a informação da esperança de vida da população e a incidência das limitações na realização de atividades habituais devido a problemas de saúde, revela que, se em 2021 a esperança média de vida para um homem aos 65 anos era de 18,3 anos e de 22,0 anos para uma mulher, a consideração das limitações devido a problemas de saúde resulta numa expectativa de vida saudável de apenas 8,4 anos para um homem com 65 anos e 7,4 anos para uma mulher da mesma idade, em ambos os casos valores inferiores às médias na União Europeia (UE-27) de 9,5 para os homens e 9,9 anos para as mulheres.

Em 2023, de acordo com o modelo Generalized Anxiety Disorder 2-item (GAD-2), 34,3 por cento da população com 16 ou mais anos teriam sintomas de ansiedade generalizada, incluindo 11,1 por cento com níveis de ansiedade mais graves. Os resultados de um modelo de regressão logística que associa a probabilidade de distúrbio de ansiedade generalizada e algumas caraterísticas pessoais e de contexto territorial e familiar para a população adulta, sugerem que as mulheres e os desempregados têm maior probabilidade de apresentar sintomas de ansiedade generalizada, mas que a idade e a escolaridade se relacionam negativamente com aquela probabilidade. Situações de insuficiência alimentar, de doença crónica ou prolongada e a existência de limitações por motivos de saúde contribuem para o aumento da probabilidade de ocorrência de sintomas de ansiedade generalizada.

De acordo com o INE, foi ainda desenvolvido um modelo de regressão logística para verificar se os dados estatísticos disponíveis suportam empiricamente a associação de uma satisfação muito positiva com a vida em geral pela população com 18 ou mais anos com algumas características pessoais e respetivo contexto territorial e familiar, quando consideradas em simultâneo.

“Os resultados obtidos são particularmente robustos e significativos quanto à relação entre a satisfação com a vida em geral e a autoapreciação do estado de saúde – a probabilidade de se revelar uma satisfação com a vida em geral elevada diminui à medida que a autoapreciação do estado de saúde vai piorando; por exemplo, avaliar o próprio estado de saúde como muito mau diminui a probabilidade de avaliar a satisfação com a vida em geral como elevada em 49,4 pontos percentuais por comparação com uma autoapreciação do estado de saúde como muito bom”, lê-se ainda no comunicado divulgado pelo INE acerca da nova edição da publicação “Estatísticas da Saúde”.

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