Perspetiva sobre as novas tecnologias e processos no sector farmacêutico

  • 31 dezembro 2021, sexta-feira
  • Gestão

O sector farmacêutico tem demonstrado uma enorme capacidade de buscar novas soluções tecnológicas, na área da investigação, desenvolvimento e produção de novos fármacos. O exemplo recente das vacinas para a prevenção da COVID-19, que continuam a sua evolução para uma segunda geração, são apenas reflexo desse potencial.

Nas décadas de 50 e 60 do século passado, apesar de muito débil, o sistema de saúde português contava já com hospitais importantes nos grandes centros urbanos, garantindo cobertura a cerca de 20 por cento da população portuguesa. As penicilinas, a varfarina e a hidrocortisona já faziam parte do arsenal terapêutico na farmácia hospitalar, tendo sido criados os primeiros formulários. Em 1962 é publicado o Decreto-Lei que regulamenta a Farmácia Hospitalar; fruto do reconhecimento do mérito de um pequeno grupo de farmacêuticos hospitalares, este documento foi inovador a nível europeu, definindo a autonomia técnica dos Serviços Farmacêuticos e propondo a criação da Comissão de Farmácia e Terapêutica. Ao nível hospitalar existia tecnologia de produção que possibilitava a preparação de medicamentos e injectáveis de grande volume nas instalações dos hospitais.

Em 10 anos houve uma grande evolução ao nível da organização, tendo sido criado o Ministério da Saúde em 1972. Na altura da revolução de Abril, 60 por cento da população portuguesa tinha acesso aos cuidados de saúde. No final da década de 70 é criado o Serviço Nacional de Saúde, financiado pelo Orçamento Geral do Estado, para assegurar a extensão da cobertura assistencial a todos os cidadãos. Os Sistemas de Segurança Social aumentam exponencialmente a acessibilidade à saúde e consequente consumo de medicamentos, através da comparticipação do seu preço. Em 1982 inicia-se a rede de centros de saúde, com uma aposta clara nos cuidados primários, o número de médicos aumenta para o dobro e o de farmacêuticos triplica. O mercado dos medicamentos vale cerca de 20 por cento dos gastos em Saúde, abrindo excelentes janelas de oportunidade aos laboratórios farmacêuticos.

Após a fase de manipulação de muitos dos medicamentos nas farmácias hospitalares, o aumento da complexidade e variedade dos mesmos originou uma transferência da tecnologia produtiva para os laboratórios farmacêuticos nacionais e internacionais e as farmácias hospitalares organizam-se em torno de outras dimensões, tais como: a distribuição pela designação comum internacional, a centralização da preparação das misturas intravenosas, (nutrição parentérica e os citotóxicos), a integração do farmacêutico na equipa clínica, a monitorização da terapêutica e a participação activa na gestão, na qualidade e segurança do circuito do medicamento. (...)

Armando Alcobia Martins, diretor Serviços Farmacêuticos HGO; membro da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica; membro da Comissão Científica da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares

Artigo completo na TecnoHospital nº108, nov/dez 2021, dedicada ao tema 'Perspetiva sobre as tecnologias e processos no setor farmacêutico'

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