Novos CRI na área da hospitalização domiciliária

  • 19 março 2024, terça-feira
  • Gestão

Fotografia: National Cancer Institute_Unsplash

As equipas de Hospitalização Domiciliária do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão poder organizar-se em Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), com o reforço dos projetos assistenciais e a valorização salarial dos profissionais envolvidos.

Um despacho publicado a 14 de março nomeia um grupo de trabalho para o desenvolvimento do modelo de avaliação de desempenho das equipas dedicadas às unidades de hospitalização domiciliária (UHD), o que vai permitir consolidar o trabalho destas equipas, já em funcionamento em 36 unidades do SNS.

“A nova geração de CRI do SNS vem mudar o paradigma de organização tradicional dos serviços hospitalares, potenciando a melhoria do acesso ao SNS mediante a adoção de lógicas assistenciais colaborativas e participadas e o aproveitamento de sinergias e complementaridade de funções e especialidades”, referiu o SNS em comunicado divulgado.

Segundo o comunicado, as equipas podem focar-se no desenvolvimento da atividade assistencial numa determinada área e o desempenho passa a ser associado à remuneração dos profissionais, configurando uma forma de valorização dos recursos humanos a par do novo regime de trabalho em dedicação plena para os trabalhadores médicos.

“A Hospitalização Domiciliária tem sido uma aposta do SNS nos últimos anos, com resultados positivos para os doentes e para as instituições. Dada a atual disseminação do projeto, a organização de centros de responsabilidades integrados nesta área carece apenas da definição do enquadramento e objetivos que permitam alavancar o trabalho em curso, em linha com o Despacho n.º 9323-A/2018, de 3 de outubro, que definiu a estratégia nacional de implementação das unidades de hospitalização domiciliária (UHD) no SNS, e aprovou o modelo de criação e o regulamento interno a seguir por estas unidades”, lê-se no mesmo comunicado.

De acordo com o SNS, este tem sido um trabalho dinâmico e muito participado pelas instituições, cuja experiência servirá de base a esta nova etapa.

Os trabalhos com vista ao desenvolvimento do modelo de avaliação serão coordenados pelo administrador hospitalar aposentado e atual responsável pela implementação e dinamização das UHD nos estabelecimentos hospitalares do SNS, Delfim Rodrigues, coadjuvado por profissionais de oito Unidades Locais de Saúde:

  • Unidade Local de Saúde do Algarve, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde do Alentejo Central, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho, E. P. E.;
  • Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, E. P. E..

“O Governo reconhece nesta ocasião o trabalho das unidades de Hospitalização Domiciliária do SNS e todo o empenho das equipas na implementação deste projeto a nível nacional, com resultados que têm excedido os objetivos”, salientou o SNS.

Em 2023, a Hospitalização Domiciliária atingiu um novo recorde de doentes tratados, 10 037, um aumento de 12,3 por cento face a 2022. A capacidade instalada situou-se nas 352 camas, mais 4,1 por cento face a 2022 e o equivalente a um hospital de média dimensão.

Esta resposta no domicílio, assegurada por equipas multidisciplinares, permitiu reduzir, em 2023, a demora média de internamento de 9,9 para 9,7 dias, estimando-se uma poupança de 97 513 dias de internamento nos hospitais, com ganhos para os doentes em conforto, segurança e autonomia e vantagens na organização do internamento hospitalar.

Ao todo, as equipas fizeram 130 136 visitas a casa dos doentes, um aumento de 14 por cento face ao ano anterior. Estes internamentos no domicílio registaram uma taxa de eficiência de 49,73 por cento, representando assim metade dos encargos médios com estes doentes em contexto hospitalar.

A organização de CRI vai permitir dotar as equipas de melhores condições para prosseguirem o desenvolvimento deste programa, tendo por objetivo tratar 30 mil doentes em casa por ano em 2026.

Newsletter TecnoHospital

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão da Saúde.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.