Governo inviabiliza investimento europeu nos hospitais

Os edifícios da administração pública, com relevo para os hospitais, são grandes consumidores de energia, nem sempre racionais. Antes pelo contrario, apresentam-se muitos deles desajustados dos critérios e conceitos atuais de eficiência energética e sem capacidade de investimento e correção das ineficiências. Apesar de este tema ser uma preocupação dos serviços de engenharia hospitalares, as prioridades de investimento foram naturalmente dirigidas para a atividade clínica. As necessidades crescentes de energia para modernização das instalações e dos equipamentos, a obsolescência dos sistemas instalados e as deficientes características de muitos edifícios hospitalares, durante as últimas duas décadas tiveram como consequência baixas classificações energéticas, nalguns casos e sem exagero passíveis da classificação de “crime energético”.

No âmbito do Portugal 2020, surgiu o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), financiado pelo Fundo de Coesão da União Europeia, tendo como um dos objetivos específicos promover a eficiência energética nos edifícios da administração pública central. Foi publicado o aviso de concurso POSEUR-03-2016-65, com uma dotação financeira máxima indicativa de 100M€ e com prazo para apresentação de candidaturas até 13 de abril de 2017.  Foi publicado um segundo aviso POSEUR-03-2018-07, este com uma dotação financeira máxima indicativa de 50M€ e com prazo de apresentação de candidaturas até 21 de dezembro de 2018. Conforme consta do Boletim Mensal do POSEUR de novembro de 2018, foram aprovados com este objetivo especifico projetos no valor de 137M€ referentes a 113 candidaturas.  Destinados a hospitais foram aprovados projetos no valor de 110M€.

Esta operação é de natureza reembolsável através das poupanças energéticas líquidas até à liquidação total da subvenção, sem lugar a pagamento de juros e num prazo a definir nas candidaturas até ao máximo de 35 anos. A taxa máxima de cofinanciamento destas operações é de 95%.

J. Durão Carvalho - Mestre em Manutenção Industrial pela FEUP, licenciado em Engenharia Mecânica pelo ISEL e pós-graduado com o Curso de Engenharia Clínica pelo IST e Universidade de Aveiro.

Artigo publicado na edição nº90 da TH 

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