Entrevista a João Queiroz e Melo

Pioneiro nos transplantes de coração, João Queiroz e Melo dedica-se agora a estudar o impacto ambiental dos cuidados de saúde. Com o livro ‘Cuidados de Saúde e Ambiente. Uma Verdade Incómoda’, espera começar a virar os holofotes para o desperdício de recursos de um setor responsável por 4,4 por cento das emissões líquidas a nível global.

Entrevista por Abraão Ribeiro, Fernando Barbosa, Paulo Salgado e Cátia Vilaça | Fotografia D.R.

Fale-nos um pouco do seu perfil.

Comecei a minha carreira muito inspirado pelo meu avô, médico de Cernache do Bonjardim. O exemplo do meu avô ainda hoje está presente, porque exerceu a medicina no campo, com poucas condições e muito vocacionado para as pessoas. Tive sempre a preocupação de manter esta atitude, dentro do mundo moderno.

Teve bastante contacto com o seu avô em criança?

Sim, ainda hoje guardo grande parte dos instrumentos que ele tinha em casa. Mas sempre tive a ambição de procurar diferente, procurar melhor. Tinha o objetivo de ir para os Estados Unidos trabalhar, e acho que isso fez uma enorme diferença. Digo sempre que tirei o curso em Portugal, mas aprendi na América. Lá as pessoas sentem que são elas que têm de construir o seu destino, não são os governos nem as instituições. Eu vivi isso, quer na Universidade de Portland, no Oregon, onde estive dois anos, quer depois em Harvard, onde estive mais um ano, mas também vivi isso na vida social.

É uma forma de estar completamente diferente. Quando entrei em Harvard, durante 15 dias fiz trabalho de maqueiro, tal como todos os residentes. Antes de começarmos a tratar doentes tínhamos de conhecer os circuitos.

Entretanto, veio para Portugal e foi o primeiro cirurgião cardiotorácico a fazer um transplante de coração.

Comecei por ser cirurgião geral nos Hospitais Civis de Lisboa, onde fiz a minha preparação inicial. Depois fui para a tropa e estive dois anos na Guiné, como ajudante de cirurgião, tendo como chefe o Professor Rodrigues Gomes, do Porto, naquilo que foi uma escola cirúrgica absolutamente incrível. Na Guiné só havia um médico civil, portanto os médicos militares faziam a cirurgia de guerra e a cirurgia civil. (...)

Leia a entrevista completa na TecnoHospital nº115, jan/fev 2023, dedicada ao tema 'Energia: eficiência e novos recursos nos hospitais'

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