Entrevista a Vítor Fialho

Dezassete anos após a decisão de se construir um novo hospital em Évora, o edifício ainda não viu a luz do dia. Vítor Fialho, Presidente do Conselho de Administração do Hospital do Espírito Santo – Évora, detalha os diferentes percalços que têm privado a população do distrito de cuidados mais abrangentes. No retrato das necessidades da região, Vítor Fialho destaca ainda a falta de cobertura de médico de família, que faz com que as pessoas cheguem ao hospital com patologias em estado avançado, instando ao investimento na retenção dos médicos recém-formados.

Entrevista por Abraão Ribeiro, Durão Carvalho, Pascoal Faísca, Torres Farinha e Cátia Vilaça | Fotografia: D.R.

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Nasci em Évora em 1970. Licenciei-me em Engenharia Mecânica, ramo de Termodinâmica. Depois de acabar o curso decidi voltar a Évora, onde dei formação na área do Frio. Em 1999, fiz Administração Hospitalar na Escola Nacional de Saúde Pública, e acabei em 2001. Desde 2001 até hoje sou quadro do Hospital de Évora como administrador hospitalar. Até outubro de 2005 passei por várias áreas de responsabilidade. Por ser engenheiro, o Conselho de Administração alocava-me responsabilidades na área da engenharia, nomeadamente as instalações e equipamentos e os sistemas de informação.

Sendo engenheiro, como viveu a questão do alumínio em Évora [em 1993, 25 doentes da Unidade de Hemodiálise do Hospital Distrital de Évora morreram na sequência da contaminação, por alumínio, da água usada na hemodiálise]?

Terão surgido uma série de fatores em simultâneo, desde a água não potável à forma de manter as instalações e ao “olhar” dos médicos para as análises dos doentes. A exigência do ponto de vista das instalações técnicas e da Medicina não tem nada a ver com o que é hoje, os parâmetros de análises dos doentes não têm nada a ver com os de hoje. Hoje é impossível isso acontecer.

Desde que estou no hospital, já várias vezes alimentámos a diálise com água captada fora da rede da cidade. Assim que os parâmetros variam e a água deixa de ser potável, recorremos a fontes alternativas para evitar que os equipamentos, concebidos para água potável e para os parâmetros da água potável, funcionem fora da sua margem de segurança. O desenvolvimento dos equipamentos permite funcionar com outros parâmetros, mas por uma questão de segurança tomamos essas decisões.

Há um histórico na cidade, há um histórico no país. Nos grandes períodos de seca ou no início do inverno, quando começa a chover bastante e há muito depósito nas barragens provenientes das águas que escorrem para o leito, às vezes acontecem alguns fenómenos que são monitorizados semanalmente e nos levam a tomar essa decisão. (...)

Leia a entrevista completa na TecnoHospital nº120, nov/dez 2023, dedicada ao tema 'Ecossistemas de ambientes saudáveis em saúde'

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