Consulta de podologia do CHEDV atendeu 521 utentes desde janeiro

  • 24 abril 2023, segunda-feira
  • Gestão

O Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV) abriu em janeiro a valência de podologia e classificou agora o serviço ministrado na unidade de Santa Maria da Feira como “um sucesso”.

Segundo a médica Catarina Pinto, que coordena a respetiva equipa, esse número é particularmente relevante porque “o Hospital São Sebastião só tem consulta de podologia três vezes por semana”, o que significa que os 521 atendimentos registados até 17 de abril nessa unidade do distrito de Aveiro refletem “uma grande procura por este serviço”.

“A podologia visa a investigação, o estudo, a prevenção, o diagnóstico e a terapêutica de afeções, deformidades e alterações dos pés, e no CHEDV esse trabalho faz-se em colaboração com a consulta multidisciplinar de pé diabético, que pode provocar perturbações no sistema vascular de áreas do corpo como os olhos e os rins”, realçou a médica.

O foco da equipa de podologia é “garantir uma resposta adequada e completa” a todos os utentes que evidenciem problemas nos pés, o que justifica uma estreita colaboração com especialidades que também influem nesse domínio da saúde, nomeadamente “Endocrinologia, Ortopedia, Cirurgia Geral, Medicina Física e de Reabilitação, Nutrição e até Serviço Social”.

Essa multidisciplinaridade tem permitido analisar situações envolvendo desde o diagnóstico precoce de alterações no pé das crianças até à sinalização de debilidades idênticas na população sénior, cobrindo ainda casos resultantes de contextos de vida mais específicos, como o laboral e o da competição desportiva.

“Mas doentes realmente de alto risco são sempre os utentes com diabetes, já que só com uma grande e regular atenção ao estado do pé se consegue evitar situações que, muitas vezes, são sinalizadas demasiado tarde e resultam em problemas gravíssimos – como os que levam a que o pé diabético seja a principal causa de amputações não traumáticas de membros inferiores [em Portugal]”, disse outra fonte do CHEDV.

Numa perspetiva mais otimista, a equipa de podologia do Hospital São Sebastião apontou alguns casos em que o acompanhamento de utentes permitiu mudanças significativas na sua qualidade de vida, como aconteceu com um homem diabético exibindo uma calosidade na planta do pé que lhe dificultava a caminhada. “Foi-lhe aplicada uma ortótese plantar com descarga da zona, o que resultou na redução da calosidade, reduziu o risco de ulceração e melhorou a marcha do utente”, explicou a equipa, sobre a palmilha usada para redistribuir forças ou aliviar pressões excessivas.

Um segundo exemplo é o de um doente “com garra digital” que, graças à conceção customizada de uma ortótese de silicone, conseguiu realinhar a posição dos seus dedos; um terceiro é o da idosa com onicogrifose das lâminas ungueais que, após o devido tratamento, pôde atenuar esse desenvolvimento anormal das unhas e voltar a usar calçado fechado.

Outro caso que Catarina Pinto destacou é o da “aplicação de ortóteses plantares numa utente do sexo feminino com Síndrome de Müller Weiss”, que consiste numa necrose avascular que interrompe o fluxo sanguíneo ao osso navicular. Mediante uma compensação do varo no retropé, na zona do calcanhar, “a utente adequou o calçado, reduziu o edema e as queixas de dor, e melhorou de forma significativa a sua marcha”, concluiu.

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