Combate ao desperdício na Saúde em destaque em fórum

  • 09 março 2023, quinta-feira
  • Gestão

O Fórum “Desperdício em Saúde – controlo e combate”, organizado pela Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses e a TecnoHospital no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, realizou-se a 8 de março.

Na sessão participaram mais de cem pessoas, tendo o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, presidido à sessão de encerramento e saudado a elevada participação ao longo de todo o dia, sublinhando que este é um tema “mobilizador” no setor da saúde, que convoca todos os intervenientes a agir no quotidiano das instituições.

“O combate ao desperdício e a gestão eficiente de recursos é um desafio transversal a todos os sistemas de saúde” afirmou Ricardo Mestre, evocando as estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico que apontam para que 20 por cento da despesa em saúde resulte de desperdícios de várias ordens, de consumíveis a gestão ineficiente.

“Numa altura em que temos o maior orçamento de sempre no Serviço Nacional de Saúde, superior a 15 mil milhões de euros, combater o desperdício é termos mais verbas para aplicar em melhores respostas à população”, acrescentou.

O secretário de Estado da Saúde apontou áreas de melhoria essenciais para a promoção de maior eficiência, como o nível da organização, quer por via de mais autonomia para as instituições quer através do funcionamento em rede, que está a ser potenciado pela nova Direção Executiva do SNS e que permite uma melhor gestão dos recursos.

A diminuição da sobreutilização sem benefício clínico, tanto ao nível das idas evitáveis às urgências, mas também de consultas e exames redundantes, foi outra área apontada por Ricardo Mestre, que salientou a importância de haver informação organizada e melhores circuitos e condições para os profissionais exercerem a sua atividade.

“A transição digital tem aqui um papel central e temos cerca de 300 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência reservados para intervenções nesta área. A ideia de transformação digital, que é muito visível na desmaterialização da prescrição de medicamentos e de exames, tem vantagens do ponto de vista económico, ecológico e de facilitação do acesso”, elencou, exemplificando que, atualmente, são emitidas uma média diária de 3 300 receitas eletrónicas.

“Este é um debate que não termina hoje, é contínuo, e por isso agradeço aos profissionais todo o trabalho que tem sido feito, com a nota de que o combate ao desperdício é uma luta que vale a pena travar”, disse o secretário de Estado da Saúde.

“Não vai reduzir acesso nem direitos às pessoas. Pelo contrário. Vai permitir-nos ter melhores condições para responder às suas necessidades e expectativas e, por isso, é um dever que nos mobiliza a todos”, concluiu.

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