CHUA apresenta Via Verde AVC com Trombectomia

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) apresentou, no dia 3 de julho, a Via Verde AVC com Trombectomia, um tratamento inovador na área do Acidente Vascular Cerebral (AVC) até então inexistente na região do Algarve, passando a Unidade de AVC da Unidade Hospitalar de Faro a garantir resposta de nível A.

De acordo com o CHUA, este é um “salto gigante” para a resposta a esta patologia. A coordenadora da Unidade de AVC do CHUA, Ana Paula Fidalgo, referiu que “é com orgulho que vê o procedimento da trombectomia ser realizado nesta unidade hospitalar”, acrescentando que ao encurtar o tempo de tratamento, espera que os resultados aos três meses sejam “muito melhores”.

A realização deste procedimento só foi possível com a aquisição do angiógrafo biplanar e da consequente contratação de dois neurorradiologistas de intervenção.

O diretor do Serviço de Radiologia, Jorge Brito, saudou a equipa da Unidade de AVC por alcançar o nível A, reconhecendo que a neurorradiologia de intervenção era uma lacuna e louvou a coragem e determinação dos novos neurorradiologistas de intervenção em abraçarem este projeto.

O procedimento da trombectomia tem vindo a ser desenvolvido pelos neurorradiologistas Inês Gil e Francisco Ornelas Raposo, que consideram fundamental o apoio de base da equipa da Unidade de AVC.

Otimista quanto ao futuro e consciente do enorme trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, o diretor clínico do CHUA, Horácio Guerreiro, sublinhou que “os equipamentos e as instalações existem, existem os profissionais, pelo que esta é uma área que se vem colocar ao nível do que melhor se faz a nível internacional”.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de AVC, Vítor Tedim Cruz, “o AVC não se resolve com um herói singular. É uma patologia que é um desafio de organização, onde é preciso trabalhar a prevenção, o tratamento agudo, a reabilitação, prevenir as recorrências e isto é uma orquestra muito bem montada, onde o valor em saúde depende da afinação de todos os profissionais”.

O presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Paulo Morgado, salientou a mais-valia deste procedimento inovador que permite “salvar o cérebro”. “Até agora, estes doentes, ao serem transferidos para Lisboa, mesmo por helitransporte, chegavam lá fora da janela terapêutica. Estamos a ter um impacto decisivo na mortalidade, na morbilidade e na incapacidade que muitas vezes resulta do AVC”, explicou.

Unidade de AVC nível A

No início do mês de junho, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) comunicou a deliberação de autorização para a “Via Verde do Acidente Vascular Cerebral no Adulto” da Unidade de AVC do CHUA passar a ser classificada com nível A.

A deliberação da Direção Executiva do SNS refere ainda que “o CHUA dispõe de capacidade técnica e recursos humanos que lhes permite assegurar esta resposta, cumprindo com os requisitos em vigor, de acordo com uma proposta que será progressiva”.

De acordo com o vogal executivo do Conselho de Administração, Paulo Neves, “é essa capacidade técnica e de recursos que irá permitir à Unidade de AVC do CHUA obter a Certificação ESO já em fevereiro de 2024, tornando-se a segunda unidade certificada do país”.

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