Tratamento oncológico revolucionário pode iniciar-se daqui a dois anos

Um novo tratamento de radioterapia contra tumores, que utilizará radiação de eletrões de alta energia, foi apresentado no hospital suíço onde deverá começar a funcionar por volta de 2025.

Constituindo um importante avanço oncológico, o tratamento deverá aumentar a eficácia da radioterapia, reduzir custos e diminuir a exposição do corpo humano à radiação para apenas alguns milissegundos, reduzindo assim possíveis efeitos colaterais.

Os eletrões de alta energia são semelhantes aos que são testados no CERN – Organização Europeia para a Investigação Nuclear, que participou na investigação da nova terapia, apresentada numa cerimónia no Centro Hospitalar Universitário Vaudois (CHUV), em Lausanne.

Será neste hospital que se construirá um ‘bunker’ especial para o aparelho utilizado no tratamento, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O aparelho é baseado na tecnologia Flash, que utiliza eletrões de energia muito alta (VHEE, na sigla em inglês), estudada há dez anos para tentar tratar cancros resistentes aos tratamentos convencionais de radioterapia, que atualmente representam um terço do total.

Inicialmente o tratamento foi experimentado em tumores pouco profundos, a menos de três centímetros da pele, através do programa FLASHKNiFE, mas os especialistas conseguiram numa segunda fase, denominada FLASHDEEP, aumentar a profundidade para 20 centímetros, o que permitiria atingir praticamente todos os tumores sólidos.

Em junho, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) anunciou que iria integrar o projeto europeu para testar a aplicação clínica da técnica denominada “radioterapia Flash, em doentes com cancro de pele.

A “radioterapia Flash” permite realizar apenas uma sessão de tratamento em cada doente, indicou em comunicado o CHULN, o único centro hospitalar português a integrar o consórcio internacional FLASHKNiFE.

O aparelho de radioterapia baseado na tecnologia Flash, o primeiro no mundo deste tipo, será construído pela empresa THERYQ, que integra o consórcio industrial francês ALCEN, e o programa de investigação realizou-se graças ao investimento de 26 milhões de euros da fundação médica holandesa Biltema, adiantou a EFE.

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