E se os testes rápidos fossem mais sustentáveis?
Todos os anos são produzidos cerca de dois biliões de kits de testes rápidos. Cada teste contém cerca de 12 gramas de plástico e está desenhado para utilização única. A Okos Diagnostics, fundada em 2022, quer reduzir este desperdício.
Em entrevista ao portal Medica Tradefair, Sander Julian Brus, cofundador, explicou que a empresa testou diferentes biomateriais em busca do substituto ideal para as cassetes dos testes rápidos, respeitando alguns requisitos, como a origem biológica, ser compostável e ser adequado para a moldagem. Chegou-se a um produto feito essencialmente com materiais de base agrícola, e também foram feitas experiências com materiais biodegradáveis como a gelatina. Brus frisou a importância de chegar a uma mistura que a indústria possa rapidamente adotar e que esteja rapidamente disponível.
A empresa calcula poder evitar até 49% de emissões de carbono comparativamente ao que acontece com o polipropileno. Outra vantagem significativa é evitar a acumulação de resíduos de plástico em aterro, que demoram milhares de anos a degradar-se e se decompõem em microplásticos.
A história começou em 2020, quando o designer de produto Luis Fernando Barrios (também cofundador da Okos Diagnostics) concebeu o primeiro kit de testagem biodegradável, que viria a ser importado em grande volume pela PrevViral, empresa que Brus criara recentemente. A partir daí, os dois uniram esforços e criaram a Okos.
A primeira proposta de Barrios tinha por base a celulose, mas cedo se percebeu que não seria uma opção escalável nem acessível para o consumidor final.
Para além das cassetes, a Okos pretende substituir outros componentes do teste, como os esfregaços nasais, tendo já sido realizado um ensaio para substituir a vareta de plástico por biomateriais.
Imagem: analogicus / pixabay
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