Segurança contra incêndio em hospitais: A importância da compartimentação e das estratégias de evacuação

O presente artigo visa explanar alguns conceitos técnicos que devem estar subjacentes na conceção e exploração de estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde no que concerne à segurança contra incêndio, tendo em atenção que este tipo de edifício comporta desafios acrescidos pelas particularidades dos seus utentes.
Ao contrário de outros edifícios, as unidades hospitalares acolhem um grande número de pessoas que podem ter mobilidade reduzida, necessitar de assistência constante e, em muitos casos, depender de equipamentos de suporte de vida.
Em regra, as exigências aplicáveis a unidades de prestação de cuidados de saúde assentam nos seguintes pilares mestres, tendo como objetivo principal assegurar a segurança dos seus ocupantes, a proteção dos ativos e a continuidade dos serviços que prestam em caso de incêndio, a saber:
– Conceção da segurança contra incêndio: ainda em fase de projeto deve ser estabelecido um conceito de proteção que aborde e concilie entre si a compartimentação corta-fogo e as estratégias de evacuação a implementar em caso de emergência.
– Estratégia de evacuação: enfatiza-se a importância de delinear planos de evacuação adequados que prevejam a evacuação horizontal faseada, o que permitirá a movimentação segura dos pacientes sem a necessidade de evacuar a totalidade do edifício.
– Compartimentação corta-fogo e reação ao fogo dos materiais de revestimento: devem ser definidos critérios de compartimentação e de resistência ao fogo por forma a limitar a propagação de um fogo, preservando as áreas vitais das unidades que integram o estabelecimento hospitalar. Devem também ser estabelecidas exigências mínimas de reação ao fogo de materiais de construção e revestimentos por forma a reduzir a probabilidade de início e o desenvolvimento de um incêndio.
– Sistemas de alarme e deteção: devem ser instalados sistemas de deteção e alarme de incêndio que atendam às necessidades específicas dos edifícios de prestação de cuidados de saúde, considerando a presença de pacientes acamados, com mobilidade reduzida e/ ou com limitações nas capacidades de perceção e reação a um alarme.
– Manutenção e testes regulares: deve ser implementado um plano de manutenção das instalações técnicas e de segurança, bem como a realização de testes e ensaios regulares dos sistemas de segurança (...)
Por José Aidos Rocha, Licenciado em Engenharia Civil pela Academia Militar;
Pós-graduado em Proteção Contra Incêndios de Edifícios;
Especialista em “Engenharia de Segurança”, Diretor geral da Exactusensu
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