Salas Limpas – uma barreira à contaminação

Há pouco mais de dois anos o mundo mudou, e com ele mudaram os medos, as mentalidades e as rotinas. O vírus instalado alterou pessoas, estratégias e sociedades. O mundo mudou e jamais será como antes. A economia e a saúde pública sofreram um dos maiores impactos de sempre e tiveram de reagir, a todo o custo e uma velocidade desumana, num dos maiores desafios da história.
A contaminação em massa que vivemos de forma inesperada, e o modo como ainda a tentamos mitigar, representa em muito os receios do passado, de enormes pandemias e surtos de doenças que se transmitiam sem controle.
Foi nesta base que, em ambiente hospitalar, se começaram a desenvolver métodos para reduzir a propagação de bactérias e vírus. Além da implementação da higiene de pessoas, instrumentos e instalações, em meados do século XX começou a perceber-se que poderia haver outras razões para o aparecimento de doenças em ambiente cirúrgico. Seria necessário criar uma barreira para evitar que as partículas circulassem livremente. Com isto, foram projetadas as primeiras Salas Limpas.
O passo seguinte foi a adoção destes espaços em determinadas áreas, neste caso para manter os níveis de contaminação sob controlo, algo fundamental para garantir a segurança dos atos ali realizados. Assim, o seu uso espalhou-se por diversos setores: alimentação, saúde e tecnologia ou indústria pesada.
As salas limpas nascem com a necessidade de áreas como a hospitalar, farmacêutica, alimentar ou química eliminarem as partículas suspensas no ar. A presença de microrganismos no ambiente pode alterar as propriedades e qualidade dos produtos ou causar infeções indesejadas. Controlar e minimizar os níveis de contaminação numa sala limpa não é uma tarefa simples e requer o cumprimento de orientações particulares. Para isso, torna-se necessário que a conceção e construção destas salas cumpram as normas de utilização. Ao mesmo tempo, é essencial realizar tarefas regulares e muito rigorosas de monitorização, validação, limpeza e desinfeção. (...)
Por Vasco Costa, responsável técnico da Tradelabor na área de Validação de Ambientes Limpos; licenciado em Engenharia e Gestão Industrial; mestre em Gestão e Estratégia Industrial
Artigo completo na TecnoHospital nº112, jul/ago 2022, dedicada ao tema 'O impacte da Engenharia e Arquitetura da Saúde nas IACS'
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