Salas híbridas: O olhar atual … num olhar futuro

Foto: Sala híbrida do Hospital CUF Descobertas
O início do século XXI trouxe para o âmbito da prestação de cuidados de saúde uma nova realidade de ambiente de trabalho: um “espaço físico” concebido de forma a facilitar a interação e desempenho dos profissionais envolvidos em processos de cuidados complexos, pluridisciplinares e sobretudo onde o case mix dos doentes e os seus índices de gravidade e complexidade exigiam condições diferentes do existente, de forma a garantir o sucesso das intervenções nestes doentes.
Foi o surgimento de uma resposta à necessidade de integrar diferentes modalidades de diagnóstico e tratamento num único espaço, especialmente em áreas como cirurgia cardiovascular e neurocirurgia.
Para além das dimensões das zonas de trabalho, que permitem ter em simultâneas equipas com diferentes competências e com maior número de elementos, o que os distinguia, na verdade, era a tipologia e diversidade de equipamentos que estes espaços integravam.
Surge uma nova dimensão de cuidados de saúde: um cuidar mais tecnológico onde esta tecnologia estava à disposição de profissionais que se viam confrontados com um novo desafio - para além de toda a competência clínica, tinham agora pela frente a competência tecnológica ao serviço de um melhor desempenho.
Estávamos perante uma nova era dos cuidados de saúde: a chegada das salas híbridas.
As salas híbridas surgiram para dar uma resposta à necessidade crescente de integrar diferentes modalidades de diagnóstico e tratamento em ambientes médicos, especialmente em áreas como a cirurgia, trazendo um novo conceito de cuidados - Procedimentos Híbridos. Este conceito teve grandes desenvolvimentos nas últimas duas décadas, sendo impulsionado por vários fatores.
Comecemos por abordar os avanços tecnológicos que proporcionaram uma evolução nos sistemas e na qualidade da imagem, não só em ambientes de procedimentos de diagnóstico, mas também em ambientes que permitam dinâmicas de trabalho cirúrgico e terapêutico. Esta melhoria contínua nos diferentes sistemas disponíveis (fluoroscopia, tomografia, ressonância magnética, ecografia), permitiu às equipas clínicas visualizarem melhor as estruturas internas do corpo em tempo real, criando condições para que a segurança dos procedimentos e a precisão das intervenções resultasse em melhores resultados, reduzindo o potencial de complicações. (...)
Por João Branco
Enfermeiro especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica e
Mestre em Enfermagem Pessoa em Situação Crítica desde 2014
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