Nove projetos biomédicos portugueses recebem apoio da Fundação “La Caixa”

  • 25 outubro 2024, sexta-feira
  • Gestão

Imagem geralt / pixabay

São nove os projetos portugueses selecionados no âmbito do programa CaixaImpulse Inovação em Saúde

A Fundação “La Caixa” concluiu o concurso 2024 do programa CaixaImpulse Inovação em Saúde, através do qual apoia 29 projetos biomédicos de centros de investigação, hospitais e universidades de Espanha e Portugal. No total, a Fundação “La Caixa” atribuirá 3,4 milhões de euros a esta iniciativa, que tem como objetivo acelerar a transferência destas inovações ao mercado.

Em Portugal, o concurso é realizado em colaboração com o BPI e em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Do total de projetos premiados, nove são projetos de centros de investigação, hospitais e universidades portuguesas, que receberam um financiamento global de 850 mil euros (informação sobre os projetos em anexo). Nesta edição, a FCT financia um dos projetos portugueses selecionados na fase 1.

Entre os projetos portugueses financiados na fase 1 destaca-se, por exemplo, o desenvolvimento de um novo tipo de imunoterapia, baseada em linfócitos T de memória, para tratar tumores sólidos. A equipa do projeto desenvolveu e patenteou um protocolo in vitro para a produção destas células T de memória e a sua aplicação terapêutica como imunoterapia contra o cancro. Neste projeto, irão explorar se este método de cultura funciona com linfócitos T humanos, avaliar a eficácia desta terapia com células T de memória em tumores sólidos em modelos animais e estudar o que acontece quando a aplicação destes linfócitos é combinada com fármacos que aumentam a capacidade do sistema imunitário para combater o cancro. Há também o desenvolvimento de um dispositivo médico feito de nanocelulose bacteriana para regenerar a cartilagem e tratar a osteoartrite, que utilizará tecnologia laser para reproduzir a porosidade do tecido natural em termos de tamanho, morfologia e distribuição espacial no material. O objetivo é desenvolver um dispositivo personalizado que possa ser adaptado a cada doente, oferecendo uma estrutura tão semelhante quanto possível ao tecido danificado pela doença. Esta estrutura apoiará as células do próprio doente na formação de novo osso e cartilagem.

Está também a ser desenvolvido um método de diagnóstico preciso e não invasivo para o cancro da bexiga, com a integração de ultrassons e da imagiologia e recurso a inteligência artificial (IA). É um método de diagnóstico não invasivo, pelo menos tão preciso como a cistoscopia, mas mais barato, para identificar células tumorais na urina. Centrar-se-á nas caraterísticas únicas destas células e utilizarão técnicas de ultrassons e de imagiologia para detetar as células tumorais.

A integração dos ultrassons e da imagiologia configurará um dispositivo de baixo custo que utilizará a IA para identificar células cancerígenas raras e relacionar as suas caraterísticas com o risco de cancro e a fase de progressão. Dos projetos faz ainda parte o desenvolvimento de novos medicamentos que modulam as modificações da tubulina para melhorar o tratamento com Taxol no cancro da mama, que visa identificar novos compostos que possam alterar uma modificação crítica sofrida pelas tubulinas, aumentando assim a sua sensibilidade à quimioterapia à base de Taxol. O objetivo final é desenvolver novas estratégias de tratamento personalizadas e mais eficazes para tratar o cancro da mama, reduzindo simultaneamente os efeitos secundários deletérios do Taxol.

Os projetos vencedores - de entre mais de 400 candidaturas recebidas - foram avaliados por seis painéis de especialistas e profissionais internacionais no domínio das ciências da vida e da saúde.

Por área de negócio, 12 do total de projetos selecionados pertencem ao domínio das terapias, 9 de diagnóstico, 7 de dispositivos médicos e 1 ao domínio da saúde digital. Em termos de financiamento, os projetos apoiados recebem, consoante o grau de maturidade do projeto, entre 50.000 e 500.000 euros para o desenvolverem nos próximos dois anos. Nesta convocatória, 16 projetos integram a fase 1 (até 50 000 euros); 11, a fase 2 (até 150 000 euros), e 2, a fase 3 (até 500 000 euros).

A Fase 1 destina-se a apoiar projetos que estejam a gerar uma prova de conceito da hipótese de valor de descobertas científicas para um ou mais potenciais ativos e a iniciar a procura de proteção dos direitos de PI. A Fase 2 destina-se a apoiar projetos que já tenham identificado e caracterizado o(s) ativo(s), que necessitem de validação e desenvolvimento adicionais, e que estejam a aperfeiçoar o design do protótipo através da validação da utilização pretendida. A Fase 3 destina-se a apoiar projetos que estejam no caminho do registo regulamentar e necessitem de uma caracterização avançada do(s) ativo(s), devam aperfeiçoar estratégias de viabilidade financeira e/ou estejam a explorar modelos de exploração.

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