Premiada investigação sobre tecidos humanos vascularizados
- 25 novembro 2025, terça-feira
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FOTO LOGAN GUTIERREZ/ UNSPLASH
A investigadora Cristina Barrias, do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, foi a vencedora da 4.ª edição do Prémio de Investigação em Medicina Regenerativa, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) e pela Crioestaminal. O galardão destaca o trabalho pioneiro na criação de tecidos humanos vascularizados em laboratório, um dos principais desafios da medicina regenerativa
O trabalho premiado, desenvolvido no âmbito do doutoramento de Iasmim Orge no i3S, aborda um dos maiores obstáculos da medicina regenerativa: a formação de redes vasculares funcionais capazes de sustentar tecidos vivos. Através da combinação de “unidades vasculares”, formadas por células humanas com biomateriais, foi possível gerar redes de microvasos auto-organizadas, dando origem a tecidos vascularizados criados em laboratório.
O prémio distingue a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área designada, da autoria de investigadores nacionais ou estrangeiros, total ou parcialmente realizada em instituições portuguesas no ano anterior à sua atribuição (2024). O prémio consiste na atribuição de um valor pecuniário de dois mil euros e da inscrição na Reunião Internacional da SPCE-TC 2025, no Porto.
“Este prémio reconhece não só a excelência científica desta investigação, mas também o seu potencial transformador para o futuro da saúde, ao avançar no desenvolvimento de redes de microvasos auto-organizadas aplicáveis à regeneração de tecidos e à descoberta de novas terapias. A Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC), em parceria com a Crioestaminal, congratula-se por distinguir um trabalho que coloca Portugal na vanguarda da inovação e reforça a importância de redes colaborativas capazes de gerar avanços científicos relevantes com impacto na saúde”, afirma Liliana Bernardino, Presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC), citada em comunicado.
Para Cristina Barrias, do i3S, “este prémio é um reconhecimento extremamente importante para toda a equipa, que tem trabalhado com grande dedicação para ultrapassar um dos maiores desafios da medicina regenerativa: promover, através de abordagens de bioengenharia avançada, a criação de redes microvasculares funcionais em tecidos humanos, com aplicações que vão desde a terapias celular ao desenvolvimento de órgãos artificiais. Ver este trabalho distinguido reforça o valor da ciência feita em Portugal e motiva-nos a continuar a apostar na transformação do conhecimento em soluções terapêuticas com impacto real na vida dos pacientes”, afirma.
Esta tecnologia representa uma plataforma versátil, com potencial de aplicação tanto na regeneração de tecidos e órgãos, como na criação de modelos humanos avançados para o estudo de doenças e teste de novas terapias. O trabalho abre, assim, caminho para estratégias terapêuticas mais personalizadas e eficazes, aproximando a medicina regenerativa da prática clínica.
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