O papel da farmacovigilância no processo de vacinação contra a Covid-19

Nunca como agora foi a farmacovigilância alvo de tanta atenção mediática. Trata-se de uma atividade fulcral para aumentar o conhecimento do perfil de segurança dos medicamentos, onde se incluem as vacinas contra a COVID-19, e que necessita de recolher e analisar com eficácia grandes quantidades de informação, pelo que o uso das tecnologias de informação nesta área é fundamental.

O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF) funciona sob a responsabilidade do Infarmed e é constituído pela Direção de Gestão do Risco de Medicamentos (DGRM) do Infarmed, que o coordena, e 10 Unidades Regionais de Farmacovigilância (URF) que abrangem a totalidade do território de Portugal continental e as Regiões Autónomas, assegurando assim a cobertura da totalidade do território português, recolhendo e avaliando as notificações de reações adversas a medicamentos (RAM). Para as suas atividades, o SNF conta com uma ferramenta informática, o Portal RAM, uma base de dados onde é feita a introdução e depois o processamento dos casos de suspeita de reações adversas a medicamentos.

Este processo é fundamental no apoio à monitorização contínua da segurança dos medicamentos existentes no mercado, possibilitando a identificação de potenciais reações adversas desconhecidas, quantificar e/ou melhor caracterizar as reações adversas previamente identificadas e implementar medidas com o intuito de minimizar o risco da sua (re-)ocorrência.

A introdução no mercado das vacinas contra a COVID-19 foi mais célere do que o habitual devido à urgência da situação pandémica. No entanto, foram cumpridos todos os passos necessários para uma avaliação criteriosa da qualidade, segurança e eficácia destas vacinas. Após a colocação no mercado, seguiu-se um processo de inoculação de milhares de milhões de pessoas num período temporal bastante reduzido (meses). Foi assim atribuído à farmacovigilância um papel preponderante na distinção entre as RAM que carecem de uma especial atenção em termos de monitorização e avaliação das que fazem parte do perfil reatogénico esperado para qualquer vacina, permitindo a adoção de medidas que tenham como foco o cidadão e a sua segurança. (...)

Miguel Antunesdiretor da direção de Gestão de Risco de Medicamentos do INFARMED; Fátima Hergy, João Paulo Fernandes, e Luis Vitor Silva, direção de Gestão de Risco de Medicamentos do INFARMED; e António Faria Vaz, vice-presidente do Conselho Diretivo do INFARMED e mestre em Farmacoepidemiologia, Ensaios Clínicos e Bioética.

Artigo completo na TecnoHospital nº106, jul/ago 2021, dedicada ao tema 'Logística e Processo Informático de suporte à Vacinação COVID-19'

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