Entrevista a Jacinto Rodrigues
- 17 dezembro 2021, sexta-feira
- Gestão

Oriundo da Filosofia, Jacinto Rodrigues tem uma formação transdisciplinar, que toca a Arquitetura e a Ecologia Urbana. É a partir dessa raiz filosófica que reflete sobre a necessidade de interligar as áreas do conhecimento para melhor responder aos desafios da ciência e da humanidade.
Entrevista por Abraão Ribeiro, José Batista, Fernando Barbosa e Cátia Vilaça | Fotografia por Cátia Vilaça
Fale-nos um pouco do seu perfil.
Sou professor catedrático, jubilado, da Universidade do Porto. Sou investigador do CEAUP na Faculdade de Letras do Porto e fui professor na FAUP.
Publiquei algumas dezenas de livros e centenas de artigos em jornais e revistas em França, Espanha e Portugal. A minha primeira formação é Filosofia, e por isso é muito importante que me façam perguntas para que eu possa participar de maneira a contribuir numa ação comunicativa, que acredito seja mais rica quando participada. Estudei Ciências Sociais e Urbanismo em França, e fiz um doutoramento em Portugal, sob a orientação do Professor Doutor José-Augusto França, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Fui opositor do Estado Novo, fui preso três vezes e vivi 12 anos no exílio. Estive em Paris, na Sorbonne, e em vários outros organismos, e fui bolseiro da ONU. A minha formação é múltipla e a minha vivência é longa, desde as prisões até às viagens, à clandestinidade, às dificuldades vividas na ditadura.
Em que prisões esteve?
Estive em Caxias, quando era ainda dirigente associativo estudantil, em 1962. Depois estive na Trafaria, na prisão militar, e novamente em Caxias. Passei também pelo Aljube e depois de passar por essas peripécias consegui sair clandestinamente do país. Estive em quase todos os países socialistas daquela altura, passei pela URSS e estive algum tempo em França e Itália, tendo estado também com frequência na Alemanha, na Suíça e na Bélgica.
Cruzou-se, nesses países, com algum português que viesse a ter relevância na vida política no pós-25 de Abril?
Sim, estive com muita gente ligada ao Partido Comunista, à Frente Democrática Portuguesa e também muita gente ligada a problemas coloniais. Eu próprio nasci em África. O meu primo António Jacinto [poeta e antigo ministro da Cultura de Angola], que esteve preso no Tarrafal, instruiu-me na luta antifascista, e tive a possibilidade de me ligar a muitos dirigentes da luta anti-colonial. (...)
Leia a entrevista completa na TecnoHospital nº108, nov/dez 2021, dedicada ao tema 'Perspetiva sobre as tecnologias e processos no setor farmacêutico'
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