Eficiência energética e energias renováveis em hospitais
Nos últimos anos, a melhoria da eficiência energética nos edifícios tem ocupado o centro do debate nas áreas de arquitetura e engenharia, sensibilizando também a sociedade em geral para a necessidade de os especialistas e políticos chegarem a acordo e legislarem sobre a matéria.
Para conseguir este intento, a diretiva europeia 2010/31/UE foi complementada em Outubro de 2012 pela 2012/27/EU, que veio prescrever, entre outras medidas, o fomento da eficiência energética, de modo a assegurar a consecução do objetivo principal que é o de obter cerca de 20% de poupança energética em 2020.
Portugal foi ainda mais longe e, através da Portaria 60/2013, veio reforçar estas medidas estabelecendo uma meta específica para o Estado, de redução em 30% do consumo energético até 2020.
Neste âmbito, o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos Energéticos (POSEUR) representa um forte desafio a todas as instituições do SNS pelas oportunidades que se abrem aos edifícios para melhorarem o seu desempenho energético. Os objetivos são claros: apoio à transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os setores; apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas públicas, nomeadamente nos edifícios públicos. É, pois, uma oportunidade soberana de financiamento que nos é concedida para modernizar os nossos hospitais, tornando-os mais eficientes, e um desafio aos engenheiros hospitalares chamados a desempenhar um papel fulcral em aspetos relevantes relacionados com a sua experiência profissional, a evolução tecnológica e a inovação. Reutilizar, melhorando a eficiência, é a melhor forma de contribuir para o desenvolvimento sustentável, pois tal pressupõe alargar a vida útil dos hospitais sem nenhum processo, pelo meio, que implique um elevado gasto de energia.
É essa a ideia dos promotores: «Tendo em conta as restrições impostas pela conjuntura económico-financeira a nível nacional, é necessário promover a utilização racional dos recursos, priorizando as grandes linhas de atuação nas áreas da eficiência energética e da produção de energias renováveis garantindo a prossecução de uma estratégia nacional sustentável para estas duas áreas acompanhando a evolução do panorama económico e tecnológico que marcará a próxima década.
Por outro lado, investir na implementação de sistemas inteligentes, visto que estes permitem obter um mais adequado equilíbrio entre a procura e a oferta de energia à rede, com os consequentes ganhos de eficiência e as decorrentes vantagens económicas e ambientais para o sistema elétrico nacional.
A eficiência energética nos edifícios da Administração Pública Central tem sido uma prioridade de investimento do Portugal 2020, com o objetivo de diminuir consumos de energia, com vista ao cumprimento das metas nacionais e comunitárias, assim como a consequente diminuição da despesa pública neste sector.
Pretende-se apoiar intervenções na envolvente opaca e envidraçada dos edifícios, nos sistemas técnicos já instalados, na iluminação e na gestão dos consumos energéticos. São ainda contempladas as soluções que integrem o uso de energias renováveis.»
As intervenções previstas apontam para a redução do consumo de energia primária nos edifícios contemplados, traduzindo-se numa poupança média anual significativa nas despesas da Administração Central com a faturação energética.
Estima-se ainda que estas intervenções irão garantir uma diminuição anual significativa nas emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera, promovendo assim uma melhoria da qualidade do ambiente e contribuindo para a sustentabilidade do planeta.
Por Pinto dos Santos e Carlos Branco
Dossier completo na TecnoHospital 90
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