Doenças respiratórias mataram menos em 2021 face ao ano anterior

  • 10 outubro 2023, terça-feira
  • Gestão

As doenças respiratórias foram responsáveis pela morte de 10 255 portugueses em 2021, menos 988 do que em 2020, segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), que destaca a manutenção das mortes por cancro do pulmão.

A 16ª edição do ONDR, que analisa o panorama da saúde respiratória a nível nacional, entre 2018 e 2022, foi apresentada no 14º congresso da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), que decorre no fim do mês passado.

No relatório, que cita dados da Administração Central dos Serviços de Saúde, é destacada a diminuição das mortes por pneumonia bacteriana, mas também a manutenção das mortes por cancro do pulmão.

De acordo com a síntese enviada à agência Lusa, “as doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de morbilidade e de mortalidade em Portugal, apesar de ter sido observado um decréscimo gradual a partir de 2019”.

“Em 2021, apenas 8,2 por cento das mortes registadas tiveram origem numa doença respiratória. Esta descida pode estar relacionada com a pandemia de covid-19 e com a mudança de hábitos individuais e de grupo que acarretou, nomeadamente o uso obrigatório de máscara e o confinamento”, considerou o presidente da FPP, José Alves, citado em comunicado.

A 16ª ONDR da fundação incide nos anos da pandemia, sendo possível observar que em 2021 houve mais 5 845 mortes provocadas por esta doença do que em 2020, ano em que o vírus SARS-COV2 chegou a Portugal.

As mortes por doenças raras (13,2 por cento) e crónicas (10,1 por cento), tal como as pneumonias (36,7 por cento), registaram uma diminuição.

De acordo com a FPP os especialistas acreditam que estes resultados refletem “diagnósticos mais assertivos e tratamentos mais eficazes”.

No entanto, apesar da descida verificada nas mortes, em 2022, os dados demonstram que a pneumonia bacteriana levou ao internamento de 24 279 portugueses, dos quais 5 178 acabaram por morrer.

“É necessário dar continuidade à implementação de medidas preventivas, nomeadamente no que diz respeito à vacinação nos grupos de maior risco”, defendeu José Alves.

Outra doença que se manteve estável até 2021 é a pneumonia viral, mas este estudo demonstra que se registou um aumento de 413 internamentos em 2022, atingindo um total de 916.

Também o número de mortes aumentou para 59, mais 33 do que em 2021.

Analisando as doenças pulmonares que precisam de ventilação durante o internamento, as pneumonias e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica aparecem como as “grandes causas de internamento” em 2022, sendo responsáveis por 73 por cento das hospitalizações com ventilação.

Em causa estão hospitalizações dispendiosas, longas e com maior mortalidade.

O relatório analisou, ainda, dados da alveolite, fibrose pulmonar, asma brônquica, gripe, entre outras doenças, concluindo-se que as duas primeiras apresentaram números crescentes no que respeita a internamentos e mortes entre 2018 e 2022.

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