Doenças neurológicas são o principal fator de perda de anos de vida

O relatório “Portugal: A Saúde da Nação 1990-2016”, feito pela Administração Regional de Saúde do Norte, a Direção-Geral da Saúde e o Institute for Health Metrics and Evaluation, mostra que as doenças neurológicas foram responsáveis por uma perda de anos de vida da ordem dos 74,1 por cento durante este período.

O primeiro relatório sobre a carga global da doença e fatores de risco em Portugal mostra também uma tendência crescente de perda de anos de vida associada à diabetes, doenças de foro sanguíneo e urogenitais (aumentou 24 por cento).

No entanto, em termos gerais, o número de anos de vida perdidos diminuiu 22,3 por cento nestes 26 anos. Tal deveu-se, sobretudo, à diminuição do número de mortes prematuras por problemas neonatais, acidentes de transporte e doenças não comunicáveis.

Não obstante, são precisamente as doenças não transmissíveis (sobretudo problemas musculo-esqueléticos, mentais e relacionados com o uso de substâncias, mas também problemas de pele e subcutâneos, bem como a diabetes e problemas endócrinos) as principais responsáveis pelo aumento do número de anos de vida com doença e incapacidade.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para a mortalidade prematura em Portugal em 2016 são o consumo de álcool e drogas, além da dieta inadequada, da pressão arterial elevada, do consumo de tabaco e do índice de massa corporal elevado. Ainda assim, em 2016 a maioria destes fatores de risco registou um decréscimo, sobretudo o consumo de álcool e drogas, a dieta inadequada e a pressão arterial elevada.

Menos mortes por doença isquémica, mais por cancro colorretal

A mortalidade em Portugal é significativamente inferior à registada nos outros países de alto-médio Índice Sociodemográfico no que respeita à doença isquémica cardíaca, doença cerebrovascular cancro do pulmão, infeções das vias respiratórias inferiores, doença pulmonar obstrutiva crónica, acidentes de transporte e doença crónica dos rins, e significativamente pior para o cancro colorretal, cancro da mama e as doenças hepáticas associadas ao álcool.

Também na carga global da doença Portugal está melhor do que a média dos seus pares para a doença isquémica cardíaca, doença cerebrovascular, doenças dos órgãos dos sentidos, diabetes, cancro do pulmão, doença pulmonar obstrutiva crónica, infeções respiratórias inferiores, acidentes de transporte e quedas. Em contrapartida, encontra-se significativamente pior em relação às dores lombares (lombalgias) e do pescoço, perturbações depressivas, enxaqueca, doenças da pele e cancro colorretal.

Estudar disparidades entre comunidades

O relatório evidencia que a eficácia comprovada dos tratamentos para problemas mentais e dores lombares é muito inferior ao que acontece com outras doenças, pelo que se sugere que Portugal retire aprendizagens de métodos que demonstraram resultados noutros países.

A Direção-Geral da Saúde e o Institute for Health Metrics and Evaluation firmam também a intenção de continuar a estudar conjuntamente a carga da doença, abrindo a possibilidade de analisar o problema a nível local, o que permite analisar disparidades entre comunidades e os fatores responsáveis por essas mesmas disparidades.

Consulte o relatório em http://www.healthdata.org/sites/default/files/files/policy_report/2018/PolicyReport_GBD-Portugal_2018.pdf

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