Investigadores do INESC TEC propõem método de diagnóstico de cancro mais rápido

FOTO MARIJANA1/ PIXABAY

Em causa está o recurso à inteligência artificial para tornar os diagnósticos moleculares mais precisos e rápidos, facilitando o início de tratamentos personalizados

Uma equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Netherlands Cancer Institute (NKI) e do IMP Diagnostics acabam de publicar na npj Digital Medicine (uma publicação do grupo Nature) um estudo relevante para o futuro do diagnóstico em cancro da mama. Em causa está a análise de vários trabalhos de coloração virtual, que recorrem a técnicas avançadas de inteligência artificial (IA) e poderão permitir aos profissionais de saúde tornar os diagnósticos moleculares mais precisos e rápidos, facilitando o início de tratamentos personalizados, o que traz benefícios evidentes para doentes oncológicos com cancro da mama.

Segundo os dados da Liga Portuguesa contra o Cancro, citados no comunicado do INESC TEC, são diagnosticados, anualmente, cerca de 9 mil novos casos de cancro da mama em Portugal. O diagnóstico envolve várias etapas que pretendem, tanto quanto possível, detetar a doença precocemente, confirmar a presença de tumores malignos e adequar o tratamento. É neste processo que é feita, desde logo, a análise do tecido, utilizando a denominada coloração Hematoxilina e Eosina (H&E), que é o passo inicial para se perceber a morfologia do tecido, mas não os biomarcadores moleculares.

Uma das formas mais usadas para identificar esses biomarcadores em cancro da mama é através da técnica imunohistoquímica (IHQ) que permite verificar se certos recetores ou proteínas estão presentes em células tumorais. Isto ajuda a determinar o tipo de cancro e a orientar o tratamento, mas exige vários cortes de tecidos consecutivos e requer várias horas de preparação e análise.

A equipa de investigadores do INESC TEC, do NKI e do IMP Diagnostics decidiu explorar esta nova abordagem – a coloração virtual – que recorre a técnicas avançadas de inteligência artificial como forma de usar apenas uma amostra de tecido com coloração H&E para transformar virtualmente essa imagem em IHQ, sem ser necessário o processo físico de coloração.

“Este novo estudo apresenta uma revisão abrangente das técnicas mais atuais para gerar estas colorações virtuais. Além de explicar as principais abordagens utilizadas, também realizámos um estudo comparativo inédito, avaliando o desempenho dos diferentes modelos de IA em dois conjuntos de dados públicos utilizados em investigação sobre cancro da mama”, explica Jaime Cardoso, investigador do INESC TEC, citado no comunicado.

O artigo “H&E to IHC virtual staining methods in breast cancer: an overview and benchmarking” pode ser consultado em  https://www.nature.com/articles/s41746-025-01741-9.

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