CHUSJ implanta dispositivo para estimular o cérebro

O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) é o primeiro hospital na Península Ibérica e o terceiro no mundo a implantar um dispositivo inovador que monitoriza os sinais emitidos pelo cérebro, possibilitando um tratamento personalizado aos doentes.
O novo dispositivo capta informações sobre as ondas cerebrais que estão relacionadas com os sintomas de Parkinson decorrentes da atividade neuronal do dia a dia do paciente, permitindo, desta forma, os profissionais conhecerem melhor a doença e a forma como esta atua no cérebro.
Segundo o diretor do serviço de Neurocirurgia do CHUSJ e responsável pela equipa que fez o implante do dispositivo, Rui Vaz, “o tratamento atual é praticamente constante ao longo de todo o dia, quando a doença em si, oscila ao longo do dia”.
Este é o primeiro passo para adaptar o tratamento ao estado clínico do doente durante o dia, “com menos tratamento nas fases em que se encontra bem e mais tratamento nas fases em que se encontra mal”, acrescentou o diretor em declarações à Lusa.
Comparando esta terapêutica com outras já existentes, esta destaca-se por prometer maior eficiência e, consequentemente, uma redução de custos, tanto pela maior durabilidade do neuroestimulador, como pela utilização otimizada de fármacos. “O dispositivo custa 15% mais do que a bateria normal, mas esperamos nós que estes 15% sejam compensados, uma vez que, ao adaptar-se à doença, a bateria dura também mais tempo”, adiantou Rui Vaz.
Este dispositivo é, para já, apenas aplicável a doentes de Parkinson com síndrome acinética-rígido, ou seja, com movimentos limitados. O neuroestimulador foi apenas utilizado em dois hospitais alemães e agora no CHUSJ, tornando-o no terceiro hospital no mundo a realizar o implante.
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