O AVAC na problemática das IACS

As infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) são cada vez mais um problema e uma preocupação para os gestores hospitalares, públicos ou privados, e devem merecer a maior atenção de todos os agentes ligados à saúde.
É urgente e imperioso que este assunto esteja presente em todos os intervenientes e, como não podia deixar de ser, nas equipas de engenharia hospitalar.
Dado tratar-se de um problema que envolve diversas áreas profissionais, na execução de um projeto de uma unidade de saúde devem tomar-se medidas de coordenação bastante robustas e de interação entre as várias disciplinas. Os responsáveis hospitalares pelas comissões de controlo e de infeção hospitalar terão de ter uma intervenção importante na matéria.
É necessário, pois, que a coordenação de projeto seja efetiva e que se considerem todas as boas regras, das quais enumeramos as mais relacionadas com o projeto/obra:
- Correta definição dos circuitos de sujos e limpos;
- Correta definição de circuitos médicos, de enfermagem e auxiliares, evitando trajetos desnecessários;
- Distribuição dos espaços por hierarquias de limpeza, evitando zonas sujas em zonas limpas e vice-versa;
- Utilização de materiais antibacterianos, com especial incidência nas superfícies de contacto dos profissionais e utentes (cobre, por exemplo);
- Criação de pontos de lavagem e higienização de fácil acesso e limpeza;
- Infraestruturas que não contribuam para a existência de “pontos negros” ou de colónias de agentes infeciosos;
- Cuidados na construção que evitem a contaminação de materiais e equipamentos;
- Nas recuperações ou alterações de edifícios, ter atenção à proteção do existente e o seu isolamento da obra.
O aparecimento do SARS-CoV-2 veio trazer uma maior atenção para o assunto e novos desafios para os profissionais. Curiosamente, estudos feitos a nível internacional demonstram que as IACS diminuíram com o aparecimento da pandemia. Um melhor cumprimento das medidas de higiene e utilização de EPI pelas unidades de saúde contribuíram significativamente para esse desfecho. (...)
Por João Madeira da Silva, engenheiro mecânico pelo ISEC; especialista de climatização pela OET, engenheiro sénior pela OE, membro da ASHRAE desde 1999, membro da Efriarc desde 2001; foi diretor técnico em empresa instaladora de AVAC (30 anos); é sócio-gerente do gabinete de projetos Madeira da Silva – Engenharia, Lda (20 anos); é sócio-gerente da empresa Dilufrio – Técnicas de Tratamento de Ar, Lda.
Artigo completo na TecnoHospital nº112, jul/ago 2022, dedicada ao tema 'O impacte da Engenharia e Arquitetura da Saúde nas IACS'
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