Aumentar a precisão na cirurgia oncológica
Um grupo de cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, desenvolveu uma técnica imagiológica (deteção fotoacústica remota) para melhorar drasticamente o nível de deteção de células cancerígenas durante uma cirurgia e, deste modo, removê-las mais eficazmente.
A tecnologia consiste em tirar partido da forma como a luz do laser interage com os tecidos saudáveis e com os cancerígenos de forma a distingui-los em tempo real e sem contacto físico. Este avanço tem o potencial de eliminar a necessidade de uma cirurgia secundária para eliminar tecidos que não tenham sido percecionados como malignos da primeira vez.
O laser é apontado ao tecido, que o absorve, depois aquece, expande e produz ondas de som. Um segundo laser é usado para fazer a leitura dessas ondas de som, que são depois processadas para se perceber se a célula é cancerígena ou não.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports, onde os investigadores realçam os tempos de espera atualmente associados a procedimentos deste género. Os médicos (e os doentes) precisam de esperar até duas semanas pelos resultados laboratoriais para poderem confirmar o diagnóstico pós-cirúrgico, que poderá levar à necessidade de tratamentos subsequentes.
O sistema já foi utilizado, segundo a revista Medica, para produzir imagens com qualidade de tecidos humanos relativamente espessos. Os próximos passos incluem a utilização de amostras de tecido retiradas durante cirurgias, integrando a tecnologia num microscópio cirúrgico e, por último, usando o sistema diretamente em pacientes durante a cirurgia.
A equipa espera ter o sistema pronto, incluindo as necessárias aprovações ao funcionamento, num prazo de dois anos.
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