Teleconsulta de Cardiologia do CHEDV evitou deslocações a 200 utentes

A teleconsulta de Cardiologia que o Hospital São Sebastião testou, durante um ano, em Arouca, evitou 80 quilómetros de deslocações individuais a 200 utentes.

De acordo com o Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), com sede em Santa Maria da Feira, foi criado, em outubro de 2021, um programa-piloto destinado a verificar a eficácia de uma consulta de cardiologia realizada por via remota, com o médico instalado no Hospital de Santa Maria da Feira e o doente no Centro de Saúde de Arouca, para evitar as deslocações dos utentes.

O presidente do Conselho de Administração do CHEDV, Miguel Paiva, em declarações à agência Lusa, referiu que a experiência “foi um sucesso” e que, por esse motivo, a teleconsulta de Cardiologia passará a funcionar em moldes definitivos em Arouca a partir de outubro.

O dirigente adiantou que também será estudada “a possibilidade de expandir a teleconsulta a outros concelhos da área de influência do CHEDV”, já que, no território de cerca de 350 mil utentes servidos pela estrutura, Arouca será o município mais afastado de Santa Maria da Feira, mas Vale de Cambra também tem residentes a 40 a 60 quilómetros de distância, em zonas rurais de viagens dificultadas pela serra.

Durante os 12 meses da experiência-piloto, as 200 teleconsultas do cardiologista Luís Puga, “impulsionador do projeto”, tiveram caráter opcional, o que significa que só se realizaram nesses moldes porque esses utentes preferiram o formato remoto em vez de uma consulta presencial.

O diretor do Serviço de Cardiologia do CHEDV, Rui Baptista, explicou que o projeto teve em consideração necessidades próprias da faixa etária mais sujeita a problemas cardíacos.

“Tentámos implementar um sistema apropriado ao tipo de população que servimos, porque a utilização de meios informáticos por doentes mais idosos ou mais infoexcluídos não é fácil. Portanto, criámos uma consulta que tivesse lugar no centro de saúde, ao qual o utente já se sabe deslocar, e assegurámos à teleconsulta o acompanhamento direto de um enfermeiro que atua como gestor do doente”, referiu Rui Baptista.

O cardiologista adiantou que, na generalidade dos casos, cada utente é sempre acompanhado pelo mesmo profissional de enfermagem, o que, além de proporcionar “uma enorme homogeneidade dos cuidados”, facilita a ativação do programa informático da teleconsulta, permite fazer a devida “reconciliação terapêutica” e garante que os exames complementares de diagnóstico estão disponíveis no momento do atendimento médico.

A ligação deste serviço ao Centro de Saúde de Arouca agiliza ainda “a realização de alguns exames” que estão disponíveis nessa unidade, “como análises, eletrocardiogramas e raio-X ao tórax”, pelo que, no geral, a teleconsulta de Cardiologia se tem revelado “de alto valor acrescentado”, o que se comprova “pelos inquéritos de satisfação sempre apresentados ao utente no final da consulta”.

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