Hospitais que trataram doentes COVID-19 ficaram longe da rutura

Com o objetivo de avaliar o envolvimento dos internistas no tratamento de doentes COVID-19 e a atividade exercida com doentes não infetados, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) realizou um inquérito a 85 diretores de serviço de Medicina Interna dos hospitais que receberam doentes com o novo coronavírus.

Com este estudo, a SPMI verificou que a taxa de ocupação das camas de enfermaria COVID foi de 48,8 por cento, existindo um total de 1963 camas disponíveis. A taxa de ocupação das camas de Cuidados Intensivos destinadas a estes doentes foi de 31,6 por cento, sendo que existiam no total 620 camas disponíveis.

Foram contabilizados 327 especialistas e 248 internos de Medicina Interna que se dedicaram exclusivamente ao tratamento dos doentes COVID em todas as unidades de internamento COVID dos hospitais do país.

Segundo o SPMI, “em 65% das Enfermarias COVID trabalharam em conjunto Especialistas de Medicina Interna e muitos outros Especialistas, enquanto em 35% a gestão foi integralmente assegurada por Internistas”.

Os Serviços de Medicina Interna asseguraram ainda o tratamento em simultâneo a 3.157 doentes sem infeção COVID-19.

Para o presidente da SPMI, João Araújo Correia, “estes resultados demonstram as vantagens inegáveis de ter um SNS forte, com capacidade de resposta a um acontecimento inesperado, com a magnitude desta pandemia. De facto, as taxas de ocupação das enfermarias COVID (48,8%) ou dos Cuidados Intensivos COVID (31,6%), demonstram que ficamos muito longe da rutura”.

“Estamos convencidos, que o facto de Portugal ter a Medicina Interna como a especialidade base do Sistema de Saúde no Hospital (14% do total dos especialistas hospitalares), contribuiu para termos uma resposta rápida, organizada e competente”, acrescentou o presidente, em comunicado de imprensa.

O SPMI recebeu 63 respostas até ao dia 29 de abril, o que corresponde a 74 por cento dos inquiridos.

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