70% dos hospitais fazem monitorização do doente à distância

Os resultados da 2ª Edição do Barómetro da Saúde Digital, apresentados pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e a Glintt, numa parceria científica com a Escola Nacional de Saúde Pública e com o apoio institucional dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, indicam que 97,7 por cento dos hospitais fizeram teleconsultas e 70 por cento têm projetos implementados de temonitorização.

O estudo foi apresentado numa sessão que fez parte da agenda da 10ª Conferência de Valor da APAH dedicada ao tema “Nova Governação em Saúde”. Depois da primeira edição realizada em 2019, exclusivamente dedicada à telessaúde e à inteligência artificial, a segunda edição do Barómetro é também dedicada à Saúde Digital, dividindo-se em três secções: telessaúde, inteligência artificial e saúde digital.

Com o intuito de compreender o nível de adoção da saúde digital nas instituições do Sistema de Saúde Português, em particular da telessaúde e da inteligência artificial, a segunda edição do Barómetro da Saúde Digital contou com uma amostra de 286 respostas ao questionário, das quais 64 respostas são de líderes de instituições (de Saúde), sendo que 47 por cento do universo dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde participaram no barómetro.

Ao nível da telesaúde, concluiu-se que 97,7 por cento dos hospitais fizeram teleconsultas e 70 por cento têm projetos implementados de temonitorização, seguido do telediagnóstico, com 44 por cento. Como principal barreira, tem-se que 61 por cento apresenta baixa literacia em telessaúde e, em contrapartida, como principal facilitador, 71,9 por cento possui uma adequada infraestrutura tecnológica.

No que concerne à inteligência artificial, os três projetos com maior implementação e evolução face a 2019 são a transcrição de voz com 30 por cento, agendamento de atividades clínicas e a interpretação de imagem com 24 por cento.  Nisto, a maior barreira, com 55 por cento, é a ausência de “cientistas de dados” e o maior facilitador, com 55 por cento de respostas, é a necessidade de reconhecimento do potencial de inteligência artificial por parte dos profissionais de saúde.

Quanto à saúde digital, concluiu-se que 38 por cento das instituições revêm-se num nível de maturidade mais elevado de Saúde Digital e 6,6 /10 é o nível de maturidade digital percecionado pelos líderes no conjunto de todas as instituições.

Assim, 77 por cento considera a melhoria dos registos médicos eletrónicos como uma prioridade nas soluções de saúde digital nas instituições e apenas 14 por cento das instituições refere ter orçamento suficiente para os projetos de Saúde Digital nos próximos 12 meses, sendo que 72 por cento refere que o ambiente para a inovação e o investimento em Saúde Digital irá melhorar neste período.

O presidente da APAH, Alexandre Lourenço, disse que a segunda edição do Barómetro salienta o “impacto positivo que a pandemia promoveu de forma generalizada na adoção de novas tecnologias e práticas, em particular no que toca a meios telemáticos e à saúde digital, como um todo” o que faz deste barómetro “uma importante ferramenta de monitorização e evolução do modelo de governação da saúde digital”.

O relatório completo pode ser consultado aqui.

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