Solução sustentável para medicamentos biológicos vence concurso internacional
Fotografia: Frolicsomepl_Pixabay
Uma investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade NOVA de Lisboa é a vencedora do concurso internacional da Boehringer Ingelheim, a maior farmacêutica privada do mundo, com uma solução sustentável para medicamentos biológicos.
A farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim desafiou investigadores de todo o mundo a apresentarem soluções de preservação e sustentabilidade para produtos biofarmacêuticos, também conhecidos como medicamentos biológicos, utilizados sobretudo para doenças autoimunes e cancerígenas.
Os biofarmacêuticos são compostos por moléculas sensíveis com tempo de vida limitado, usualmente administradas por via intravenosa. A preservação existente é baseada num processo de congelação/secagem, designado por liofilização – com uma considerável pegada ambiental: alto consumo de energia e de produção de gases de efeito de estufa.
A investigadora Ana Rita Duarte, do Departamento de Química da NOVA FCT, com os alunos de doutoramento Liane de Meneses e Filipe Oliveira, propuseram a utilização das práticas sustentáveis de química verde para ultrapassar o desafio da Boehringer Ingelheim.
A solução inclui o uso de solventes eutéticos, como o mel, que devido à sua natureza viscosa permitem uma melhor preservação da estrutura das moléculas, incluindo à temperatura ambiente. A solução sustentável apresentada preserva os biofarmacêuticos e contribui para uma menor pegada ecológica da indústria farmacêutica.
Os investigadores portugueses concorreram com 23 outros projetos de 12 países diferentes e foram os selecionados para um financiamento de 65 mil euros que visa a otimização da solução, a ser publicado numa revista científica internacional de referência, e a consequente implementação industrial, no prazo de 12 meses.
“Estamos atentos aos problemas da indústria e queremos que a investigação que fazemos na NOVA FCT tenha impacto nas várias vertentes, económica, social e ambiental. A seleção da solução proposta pela nossa equipa demonstra uma clara aposta da indústria farmacêutica em aplicações mais verdes e sustentáveis”, explicou a investigadora Ana Rita Duarte, citada em comunicado enviado à redação.
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