Satisfação com SNS caiu 21 pontos percentuais em dois anos

  • 04 outubro 2023, quarta-feira
  • Gestão

A satisfação dos portugueses com o Serviço Nacional de Saúde caiu 21 pontos percentuais em dois anos, revela um inquérito internacional agora divulgado, segundo o qual três em cada cinco pessoas reduziram gastos em saúde por questões económicas.

Segundo o Relatório de Saúde STADA 2023, que entrevistou duas mil pessoas em Portugal, 74 por cento da população portuguesa estava satisfeita com o serviço nacional de saúde em 2021, um valor que baixou para 53 por cento em 2023.

A insatisfação é particularmente evidente entre a população mais ativa (entre 35 e 70 anos) e, entre os 16 países inquiridos, Portugal está no 11º lugar no ranking de satisfação, 32 pontos percentuais abaixo da Bélgica e 21 acima da Polónia (o mais alto e o mais baixo da lista, respetivamente).

Um total de “60 por cento dos portugueses teve de reduzir os seus gastos em saúde e bem-estar devido à sua situação económica” e “cerca de um em cada dez teve de reduzir os gastos na compra de medicamentos, de acordo com as conclusões do inquérito europeu, que incluiu 32 mil participantes distribuídos por 16 países.

No plano da saúde mental, 65 por cento dos portugueses dizem estar numa situação boa ou muito boa, 12 pontos percentuais acima da média.

Mas em relação ao futuro, a expectativa dos portugueses é mais negativa – 16 por cento acha que a sua saúde mental irá piorar, cinco pontos acima da média global do relatório de saúde STADA 2023.

O Relatório de Saúde STADA é uma publicação anual que analisa o panorama da saúde na Europa, com informações sobre os efeitos imediatos e a longo prazo da pandemia na vida dos europeus, incluindo a forma como afetou a sua saúde mental e alterou hábitos.

“Questões financeiras, perda de um elemento familiar ou amigo, problemas de saúde e a guerra são os principais fatores que geram preocupação nos portugueses”, lê-se no estudo agora divulgado, que alerta para a falta de diálogo sobre o tema.

“Embora haja um maior nível de preocupação em Portugal, um em cada cinco portugueses não fala com ninguém sobre os seus medos e preocupações” quanto à saúde mental, com uma maioria (52 por cento) a falar apenas com amigos e família.

Apenas dez por cento tem por hábito consultar um psicólogo e 16 por cento dos inquiridos costuma falar sobre a sua saúde mental com o médico de família.

No capítulo do sono, “64 por cento afirmam ter ‘uma boa noite de sono’“, seis pontos abaixo da média geral.

Um total de 73 por cento dos portugueses aumentou as medidas preventivas de saúde, um resultado em linha com os restantes países da Europa.

De entre os portugueses que aumentaram essas medidas preventivas, 34 por cento indicaram que optaram por dietas mais saudáveis, 24 por cento procuraram mais o aconselhamento do médico de família, 21 por cento fizeram mais rastreios de saúde, 20 por cento aumentaram a ingestão de vitaminas e 18 por cento recorreram a um maior uso de medicação.

No entanto, quase metade dos portugueses inquiridos (48 por cento) não compareceu em nenhum dos rastreios preventivos disponíveis. Entre as razões elencadas, 38 por cento disseram não saber quais os rastreios a fazer, 29 por cento alegaram dificuldades financeiras e 18 por cento acreditam que não têm necessidade.

Numa comparação com os restantes países europeus, Portugal ultrapassa, na maioria, a média global na realização de rastreios oncológicos.

Já nos rastreios dentários e realização de análises clínicas, Portugal está muito abaixo da média europeia no STADA.

Também sobre a possibilidade de um teste genético para avaliar os possíveis riscos futuros de saúde, 94 por cento dos portugueses mostraram-se favoráveis, muito acima da media europeia (81 por cento).

Nas respostas, os “portugueses afirmam ser menos dependentes de medicamentos analgésicos”, com um “consumo inferior à média dos restantes países da Europa”, e mostram ser mais conhecedores das diferenças entre os remédios.

Entre os 32 mil inquiridos, “existe um maior interesse pela saúde”, com Portugal “18 por cento acima da média global”, um sinal de que os portugueses “pretendem manter-se atualizados sobre os temas” do setor.

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