Resistência aos Antimicrobianos – prevenção multidisciplinar

De importância progressivamente crescente e preocupação atual em saúde, a resistência aos antimicrobianos é problemática em crescimento, que impõe ação concertada, de múltiplos parceiros. O risco vital é reconhecido; a urgência na sua minimização vem sendo afirmada como indispensável e inadiável.
É fundamental entender a prevenção – também nesta área – como arma de combate preponderante e inquestionável.
E, desde logo lembrar, neste contexto, citando “Um Futuro para a Saúde”, publicação e desafio da Fundação Calouste Gulbenkian, que, também aqui, todos temos um papel a desempenhar.
Datado de 2015, este documento refere, entre outros, que é desafio à saúde reduzir a incidência das infeções ligadas aos cuidados de saúde a nível hospitalar em 50%.
Contudo, há que entender a prestação de cuidados de saúde no seu aspeto mais amplo e que inclui, para além do hospital, as unidades de cuidados continuados e, naturalmente, os cuidados primários. Os cuidados de saúde primários que são a “porta de entrada” que se preconiza para o acesso ao Sistema Nacional de Saúde.
A todos estes níveis há prestação de cuidados de saúde. Diferentes níveis de gravidade, distintos procedimentos, diferentes graus de risco. Minimizar o risco de transmissão de microrganismos é o primeiro passo no combate à multirresistência aos antimicrobianos.
A cadeia de transmissão
Então, como ocorre a transmissão da resistência aos antibióticos? Procurar respostas a esta questão implica olhar mais longe do que a saúde humana.
Implica olhar integrado, procurando pistas não só na saúde humana e sua envolvência, mas congregando outras realidades e visões, nomeadamente na veterinária, agricultura e indústria alimentar.
António Vieira
Médico infeccionalista (Centro Hospitalar Universitário de Coimbra)
Artigo publicado na edição nº91 da TH
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