Consumos energéticos e inteligência artificial entre os vencedores do Prémio Inovação em Saúde

Iniciativa da Sanofi, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e da NTT DATA Portugal distinguiu as melhores práticas em sustentabilidade social, ambiental, económica e na transformação digital do setor da saúde em Portugal
Foram anunciados a 26 de novembro os vencedores da 2.ª edição do “Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade”, numa cerimónia que decorreu no Auditório João Lobo Antunes, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL).
Numa cerimónia que contou com a presença de Maria de Belém Roseira e Ana Povo, Secretária de Estado da Saúde, e perante uma plateia de especialistas e profissionais do setor, foram distinguidos projetos de sustentabilidade ambiental, transformação digital e sustentabilidade social.
Na categoria Sustentabilidade Social, o vencedor foi o projeto iSIGHT - Inovação em Serviços Integrados Pré-Hospitalares de Tratamento Oftalmológico (Unidade Local de Saúde de Santa Maria; Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa). O projeto visa implementar o primeiro centro de rastreio de glaucoma e retinopatia diabética totalmente integrado nos cuidados de saúde primários e baseado em Inteligência Artificial (IA). Utilizando um software de IA com elevada precisão, o iSIGHT permite a identificação precoce e eficiente destas doenças oculares, tendo demonstrado, nos pilotos, uma eficácia três vezes superior ao modelo de rastreio tradicional.
Em Sustentabilidade Ambiental, foi premiado o projeto EcoScan - Monitorização de consumos energéticos em Ressonância Magnética (Parceria entre Siemens Healthineers e Luz Saúde). O objetivo é medir e reduzir o consumo energético de equipamentos de ressonância magnética em ambiente hospitalar e otimizar os fluxos de trabalho, para além de avaliar o impacto de software de reconstrução de imagem com IA, de forma a diminuir a pegada ambiental destes equipamentos.
Na categoria Sustentabilidade na Transformação Digital, o vencedor foi o projeto Artificial Intelligence in Digestive Healthcare: See More, See Beyond, Decide Better (DIGESTAID - ARTIFICIAL INTELLIGENCE DEVELOPMENT, S.A.). Criado a partir da necessidade de superar as limitações no diagnóstico de doenças digestivas, este projeto lidera o desenvolvimento de uma plataforma de IA. A DigestAID desenvolve soluções que abrangem múltiplas áreas da saúde digestiva, desde ferramentas para endoscopia e motilidade até algoritmos para cirurgia, com o objetivo de melhorar a precisão do diagnóstico e completar o espectro de cuidados aos doentes.
Nesta edição, o “Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade” fez também o convite aos estudantes do ensino superior, para participarem nas quatro categorias, com um painel de avaliação exclusivo para as candidaturas da nova geração. Os vencedores destacaram-se em duas categorias. Na categoria Sustentabilidade na Transformação Digital (estudantes), foi atribuído o prémio ao projeto ConversAI (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa). Trata-se de uma plataforma inovadora que utiliza IA para simular Exames Clínicos Objetivos Estruturados (OSCEs), destinada à formação de estudantes de medicina. A ferramenta permite que os alunos interajam com doentes virtuais realistas, treinando as suas competências clínicas, de comunicação e de tomada de decisão num ambiente seguro e controlado.
Já na categoria Sustentabilidade Económica (estudantes), ganhou o projeto AIDrug4Sustainability - Inteligência artificial para o desenho e produção sustentável de fármacos (Gulbenkian Institute for Molecular Medicine).
Este projeto foca-se no desenvolvimento de uma nova abordagem para o tratamento do cancro da mama, utilizando IA para desenhar proteínas terapêuticas inovadoras. Ao contrário dos tratamentos atuais, dispendiosos e de produção complexa, esta tecnologia permite criar fármacos de forma mais eficiente e sustentável, representando um avanço económico e de saúde na biotecnologia.
Foram ainda atribuídas três Menções Honrosas. Na categoria Sustentabilidade Social, o projeto Mobile Kitchen Lab (Município de Benavente) foi distinguido pela sua abordagem inovadora na promoção de hábitos alimentares saudáveis, levando educação culinária prática a jovens em idade escolar. Na categoria Sustentabilidade na Transformação Digital, foram ainda atribuídas duas menções honrosas. Uma ao projeto Mesa Interactiva para Reabilitação e Promoção de Competências (Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação), por desenvolver uma solução de realidade virtual com jogos sérios para a reabilitação de sobreviventes de AVC. A outra menção honrosa foi para um estudante, também na categoria Sustentabilidade na Transformação Digital, com o projeto Advancing Patient-Centered Rehabilitation Care with eHealth (Serviço de Medicina Física e de Reabilitação da ULS de Gaia e Espinho e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), pela aplicação de tecnologias digitais como a plataforma SIMPLI.REHAB para modernizar a reabilitação.
Os vencedores foram selecionados por um júri presidido por Maria de Belém Roseira, que avaliou as candidaturas com base no seu mérito, inovação e potencial de impacto.
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