Planear a reabilitação hospitalar

Fotografia: djedj_Pixabay
O conceito de hospital alterou-se muito ao longo da História. Espaços dedicados a rituais de cura existem desde a Antiguidade Clássica. Contudo, na Idade Média eram sobretudo lugares de acolhimento a pessoas com necessidades e não somente a doentes. Apesar de cuidarem da saúde da população, o carácter social destas instituições sobrepunha-se à função de tratamento. Mais tarde (séc. XVI a XVIII), surgiram os espaços dedicados à medicina conventual, em que algumas zonas dos edifícios religiosos se converteram em áreas de acolhimento e em torno das quais se construíram alas destinadas apenas ao isolamento das populações.
Enquadramento Histórico
Se inicialmente eram espaços isolados para evitar a propagação de doenças e pestes, a partir da Revolução Industrial os edifícios destinados aos hospitais passaram a ser vistos como locais de tratamento.
Neste período, com a concentração de população nas cidades, onde as condições de higiene e a salubridade das construções eram deficientes, estes lugares de cura rapidamente se tornaram insuficientes para responder às necessidades que se impunham. Os doentes eram misturados em faixas etárias e em género, não existindo separação por patologia clínica.
Foi então necessário estabelecer uma divisão e hierarquização das funções nos hospitais, a par da evolução da prática da medicina. Assim, surgem os hospitais de estrutura pavilhonar, em que diferentes funções estão separadas em espaços distintos.
Posteriormente, com o crescimento do conhecimento científico sobre doenças e tratamentos e a progressiva especialização das diferentes actividades clínicas, foi inevitável a mudança do paradigma arquitectónico do hospital. (...)
Por Joana Martins da Silva, arquiteta pela FAUTL em 2005, integra o Gabinete de Projetos e Obras do Hospital de Santa Maria desde 2008, onde desenvolve diversos projetos nas diferentes fases no âmbito da reabilitação hospitalar e faz gestão de projeto e obra; coautora e formadora na área de planeamento e programação hospitalares; membro da Comissão de Humanização Hospitalar desde 2020.
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