Modelo Holístico de Diagnostico versus Gestão de Ativos Físicos Hospitalares

Foto Martha Dominguez de Gouveia/ Unsplash

Para se fazer uma avaliação objetiva ao estado das organizações, têm de ser utilizados modelos de diagnóstico adequados, com a versatilidade e abrangência necessárias, de forma a contemplar os diversos setores da sociedade, nomeadamente no setor da Saúde.

O presente artigo apresenta uma abordagem holística baseada num modelo de diagnóstico da gestão de ativos de uma organização, nas vertentes da organização base, das políticas transversais, bem como das novas vertentes da gestão, designado por Modelo Holístico de Diagnóstico (MHD).

O presente modelo foi concebido para apoiar os profissionais e gestores no sentido de auditarem os departamentos ou setores das suas organizações e, consequentemente, adotarem procedimentos conducentes a ações de melhoria, com a implementação de técnicas inovadoras e novos modelos de gestão.

Adicionalmente, também será abordada a implementação de uma Filosofia de Organização e Gestão inspirada nas práticas e resultados do modelo Toyota (TPS - Toyota Production System), de aplicação transversal a qualquer Organização, incluindo a área da saúde.

Em essência, o objetivo da aplicação dessa filosofia na gestão hospitalar é o mesmo que já se conseguiu na indústria e em outros setores: a procura de uma melhoria contínua através da eliminação de atividades desnecessárias e dos desperdícios, que só elevam custos, deixam a organização menos competitiva e prejudicam a qualidade.

Introdução

Na economia globalizada atual, a sobrevivência das empresas ou, de forma mais geral, das organizações (unidades de Saúde), depende da sua capacidade de inovação. Para este fim, estas vêm procurando incessantemente novas ferramentas que possam contribuir para a sua gestão e melhoria contínua.

Com a evolução dos vários conceitos de Gestão de Ativos, e com o desenvolvimento de novas abordagens e metodologias aplicadas a outras vertentes da gestão, designadamente na área da qualidade e da produção, a Gestão de Ativos Físicos passou a entrosar-se, a incluir e a adequar esses novos conceitos, tais como a TPS (Toyota Production System), os 5S, ou o SMED (Single Minute Exchange of Die).

É após este longo percurso evolutivo, no qual foi adquirida uma grande panóplia de conhecimentos oriundos das vertentes da engenharia, da informática, e da investigação operacional, entre outras, que se chegou a um ponto que torna pertinente uma nova leitura, mais abrangente, do diagnóstico das organizações.

Nesta perspetiva, o presente artigo trata uma nova ferramenta de apoio à gestão, caracterizada por ser um modelo holístico de diagnóstico do estado das organizações, num contexto de surgimento de novas vertentes e ferramentas da gestão e da atual necessidade da sua aplicabilidade.

A ferramenta apresentada no presente artigo pretende contribuir para melhorar o diagnóstico do estado das organizações, apresentando três linhas orientadoras, uma referente à vertente organizacional, outra a conceitos transversais e a terceira a novos modelos de gestão. Esta abordagem holística vai ao encontro da visão apresentada por (Farinha, 2011, Raposo et al. 2012 e Farinha, 2018), na qual refere que “com a evolução dos vários conceitos de manutenção, e com o desenvolvimento de novas abordagens e metodologias aplicadas a outras vertentes de gestão, designadamente na área da qualidade e da produção, a atividade manutenção passou a entrosar-se, a incluir e adequar esses novos conceitos”.

Modelo Holístico de Diagnóstico (MHD)

Este modelo foi desenhado, englobando três vertentes: organização base; conceitos transversais; e novos modelos de gestão. Esta nova abordagem foi designada por Modelo Holístico de Diagnóstico (MHD). (Raposo et al. 2012 e Farinha, 2018)(Raposo et al. 2012 e Farinha, 2018)

O método de diagnóstico utilizado baseia-se numa sequência de inquéritos cuja avaliação das respostas indica o posicionamento da empresa relativamente ao estado da Gestão de Ativos Físicos. Este método de auditoria foi concebido para ser um instrumento prático de utilização direta por parte de responsáveis técnicos das organizações na apreciação da eficácia da utilização dos seus equipamentos e instalações, e na aplicação de medidas sistemáticas de melhoria.

O modelo de diagnóstico desenvolvido permitiu elaborar uma interface amigável que ajuda a automatizar o modelo, facilitando o seu preenchimento por parte dos inquiridos e o posterior tratamento dos dados.

Para a aplicação destes inquéritos, considerou-se a sua adequação a qualquer empresa ou setor de atividade, tendo havido a preocupação de não os individualizar ou especificar, englobando três vertentes: organização base; conceitos transversais e novos modelos de gestão, (Tabela 1).

Na organização base foram contemplados sete questionários: Gestão de Ativos Físicos; Manutenção de 1º nível; Planeamento e Segurança; Base de dados; Trabalhos de Manutenção; Peças-de-Reserva; Análises de Custos.

No que respeita à componente dos conceitos transversais, foram contemplados os quatro questionários seguintes: Análise RAMS; RCM; RBM; Ferramentas Transversais.

Por último, na parte dos novos modelos de gestão, foram utilizados três questionários: 5S; TPM; TPS. (...)

Em colaboração com Hugo Raposo
Instituto Superior de Engenharia de Coimbra,
RCM2+ Research Centre for Asset Management and Systems Engineering

Leia o artigo completo na TecnoHospital nº 128, março/ abril 2025, dedicada ao tema "Gestão e análise do ciclo de vida dos equipamentos"

José Torres Farinha

Membro do Conselho de Redação da TecnoHospital

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