Imagiologia – Parte I
Fotografia: Shutterstock
A apresentação do presente dossier sobre Imagiologia visa seguir o objetivo da Tecno Hospital em ser uma via útil e credível de informação técnica e tecnológica para o universo dos seus leitores, como revista dedicada à Engenharia, Arquitetura e Gestão de Saúde.
O trabalho neste dossier reflete duas preocupações principais:
– ser de leitura interessante e motivante, contribuindo para o conhecimento geral dos leitores.
– ser um guia sinótico e útil como possível auxiliar prévio na pesquisa e aprofundamento de temas, a quem necessita conhecer e/ou avaliar tecnologias e investimentos tecnológicos.
Dada a vastidão da temática, foi decido que os conteúdos seriam divididos em dois dossiers, não só pela amplitude e multidisciplinaridade tecnológica das modalidades de imagem que a Imagiologia moderna engloba (Raios-X; TAC; Medicina Nuclear; Ressonância Magnética Nuclear; Ultrassons/ Ecografia; etc.), mas ainda pelas áreas complementares que lhe são adstritas (Proteção contra radiação; Sistemas de Arquivo de Imagem – “PACS”; Sistemas de Informação Radiológica – “R.I.S.”).
Visando proporcionar uma visão abrangente e organizada, será incluído um Historial da Imagiologia, abordando cada modalidade de imagem, desde as origens experimentais aos princípios físicos e tecnológicos básicos, contemplando ainda a evolução e percurso até aos dias de hoje. O Historial será dividido e apresentado nos dois dossiers, da seguinte forma:
– o primeiro dossier inclui o historial das modalidades de imagem de radiação ionizante (Raios-X; TAC), seguindo um princípio cronológico do seu surgimento e disseminação no diagnóstico médico.
– o segundo dossier incluirá o Historial para as modalidades sem radiação ionizante (RM; US) e Imagem Molecular, abordando a Medicina Nuclear (SPECT; PET).
Já do ponto de vista das temáticas abordadas, a publicação terá uma forma não estanque, sendo por isso decidido apresentar no primeiro dossier um conjunto abrangente e multifacetado de artigos:
A influência da IA no processo de decisão diagnóstica imagiológica, perspetivando que o futuro da Radiologia promete uma transformação através da integração da realidade virtual/aumentada (VR/AR) e inteligência artificial (IA).
Fronteiras da Neuroimagem, com base nos Fundamentos Físicos da Estimulação Electromagnética, aborda nomeadamente a estimulação electromagnética (EE) no contexto neurológico, a qual se baseia no princípio fundamental da eletrodinâmica, onde campos elétricos e magnéticos podem influenciar o tecido neural. Faz ainda uma Intersecção com a Radiómica para Diagnóstico Precoce, sendo a radiómica um campo emergente que extrai grandes quantidades de características quantitativas de imagens médicas, e utiliza algoritmos avançados para identificar padrões que possam estar associados a diagnósticos específicos, prognósticos ou respostas a tratamentos.
Espaço ainda para a temática da Proteção contra as radiações ionizantes – monitorização e inovação para a melhoria das práticas, num artigo em que se explicam as recomendações e normativas que devem reger o emprego de radiação ionizante no diagnóstico, e as boas práticas com base nos três princípios básicos de Proteção Radiológica: a justificação, a otimização das práticas e os limites de dose. Espera-se que a leitura deste artigo desperte consciências para uma vertente que carece ainda de emprego de estratégias de fundo porque, conforme recomenda a autora, a Proteção Radiológica deve ser realizada em equipa, envolvendo os responsáveis pela Proteção Radiológica, os Técnicos de Radiologia os Médicos Radiologistas, os Físicos Médicos e os profissionais de todas as especialidades que utilizam radiação ionizante. E seguramente a engenharia hospitalar também aqui terá uma palavra a dizer.
Finalmente, no artigo Radiologia: evolução histórica e tecnológica, os autores dão uma perspetiva da tecnologia presente em cada uma das modalidades de imagem (Radiografia, TAC, RM, Ecografia) fazendo a ponte para as principais aplicações, aspetos e benefícios clínicos que cada uma proporciona.
Assim, sem pretensões de constituir um “manual técnico” (longe disso), ou um referenciador de aplicações e/ou terapias, movem-se os organizadores do dossier com o objetivo de conseguir dar informação resumida e tópica de temas tecnológicos complexos, tais como as diferentes tecnologias das várias modalidades de imagem da Imagiologia, porém evitando banalidades ou informações despicientes e pouco úteis.
Esperamos não defraudar e que este trabalho seja proveitoso para todos.
Por José Paulo Duarte e José Ponte
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