Imagiologia: origens e evolução até aos dias de hoje

Foto Stopabox/ Shutterstock

(...) Existem dois tipos principais de equipamentos de ressonância magnética: equipamentos de “túnel” ou magneto fechado e equipamentos abertos.

Um dos inconvenientes dos equipamentos de túnel, para o doente, é o efeito de claustrofobia, que requer frequentemente abordagem anestésica. No entanto, é a única forma de beneficiar o diagnóstico por possibilitar campos magnéticos mais elevados. Atualmente já se atingem campos com 7 T de intensidade.

Os sistemas de RM abertos usam campos mais baixos (típicamente 0,35 a 0,5 T) e evitam o efeito de claustrofobia nos doentes. No entanto, os campos magnéticos mais baixos condicionam muito as resoluções espacial e temporal.

Os magnetos podem ser feitos de materiais permanentemente magnetizados (magnetos permanentes) ou serem eletroímanes, com corrente elétrica (DC) constante passando por uma bobina. Geralmente, os magnetos permanentes são magnetos que geram campos de menor intensidade (0,2 a 0,5 T) por motivos de construção física dos mesmos. Para maiores intensidades de campo, geralmente acima de 0,5 T, usam-se eletroímanes. Estes necessitam ainda de um sistema de refrigeração do magneto baseado em hélio liquefeito, que em caso de falha provocará o aquecimento do mesmo (“quench”), resultando em graves danos no mesmo e a sua inativação para reparação.

“Quench” é o processo através do qual o magneto supercondutor perde rapidamente seu campo magnético. Este pode ocorrer de forma espontânea, por um defeito do equipamento ou outro motivo que não seja por interferência humana, ou de forma intencional, em caso de emergência, disparando o “botão de quench”. Assim eleva-se a temperatura interna do magneto através de resistências elétricas, causando uma reação em cadeia irreversível na medida em que o fio supercondutor em temperatura elevada perde as suas características e dissipa a sua corrente elétrica em forma de calor, evaporando cada vez mais o hélio líquido no qual está imerso.

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A tecnologia dos ultrassons (US) demorou mais de um século para ser desenvolvida.

Em 1877, o cientista inglês Lorde Rayleigh formulou teorias sobre o som, inaugurando a física acústica moderna. Durante a Primeira Guerra Mundial, o estudo de Rayleigh foi testado na navegação submarina. Geradores de sons eram usados para encontrar possíveis obstáculos, como icebergs, a uma distância de até cinco quilómetros. Ainda no período de guerra, os US foram desenvolvidos para a indústria metalúrgica para detectar fissuras em metais.

A utilização primeira dos US em medicina foi em fisioterapia, desde o tratamento de artrite até tentativas de regressão da Doença de Parkinson. Apenas em 1940, os US foram usados para diagnóstico por Karl Theodore Dussik, neuropsiquiatra da Universidade de Viena, que pretendia identificar tumores através da tecnologia. Porém, o casal de médicos Douglas Howry e Dorothy Howry são considerados os pioneiros da ultrassonografia diagnóstica. (...)

Artigo completo na TecnoHospital nº124, jul/ago 2024, dedicada ao tema 'Imagiologia – parte II'

Por José Paulo Simões Duarte, Licenciado em Engenharia, Universidade de Coimbra, Professor Convidado ESTESC; Quadro Siemens/ GE / MC Medical

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